quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ALEXANDRE AKSAKOF

Filósofo russo e investigador psíquico, de tradicional família da nobreza russa, encarnado em Repiofka, vila de Penza, no sudoeste de Moscou (Rússia), no dia 27 de maio de 1832; desencarnou em São Petersburgo (chamada Leningrado, no período do domínio comunista), no dia 04 de janeiro de 1903.
Descendente de antiga e nobre família, cujos membros sempre ocuparam lugar de destaque na literatura e nas ciências. Um seu tio, Senhor Aksakof, foi autor de várias obras consideradas clássicas; os dois filhos deste seu tio, primos de Alexandre, foram também escritores muito notáveis. Um deles, Constantino, publicou livros sobre história e filosofia; o outro, advogado, foi um dos mais distinguidos literatos da Rússia.
Mas, para Aksakof (ou Aksakow?) não há necessidade dos méritos de sua família, para fazer brilhar os seus próprios.
Na sua mocidade Aksakof já revela acentuadas tendências para investigações a respeito das coisas relacionadas com a alma e o mundo espiritual.
Aksakof iniciou os seus estudos no Liceu Imperial de São Petersburgo - instituição privilegiada da antiga nobreza russa, e, após terminados, dedicou-se à Filosofia, levado por seu caráter positivo e sistemático e à Religião, estudando, tal a sua preocupação com essas matérias, o hebraico, com base na obra de Antoine Fabre d´Olivet, poeta e erudito francês (1768-1825), autor de “La Langue Hébraique”, e o latim, para estudar as obras, traduzidas para a língua de Cícero, do pensador sueco Emmanuel Swedenborg (Estocolmo, Suécia, 1688 - Londres, Inglaterra, 29 de Março de 1772, com 84 anos), médium vidente e psicógrafo intuitivo, considerado por muitos o “primeiro espírita do mundo”, autor das obras: “Arcana Coelestia”, “Apocalypse Explained”, “O Céu e as suas Maravilhas e O Inferno”, “La Terre Nel Cielo Stellato”, “A Verdadeira Religião Cristã”.
Durante anos Aksakof fez cursos de Filologia, entre os quais o de seu próprio idioma, nos quais aprofundou-se ajudado pelo celebre lexicógrafo, Senhor Dahl, o qual mais tarde traduziu para o russo a primeira obra de Aksakof, publicada em francês, em 1852, sobre Swedenborg: “Uma exposição sistemática do sentido espiritual do Apocalipse segundo O Apocalipse Revelado”.
Em 1854 chega às mãos de Aksakof a obra: “Revelações da Natureza Divina”, de A.J. Davis, que o despertou para o mundo espiritual, de cuja realidade não duvidava.
Em 1855, para fazer um estudo completo, fisiológico e psicológico do homem, Aksakof matriculou-se como estudante livre na Faculdade de Medicina de Moscou, ao mesmo tempo em que ampliava seus conhecimentos sobre Física, Química e Matemática. Nesse período, recebeu uma obra de Beecher - “Revista de Manifestações Espíritas” - a primeira que sobre esse assunto chegou as suas mãos e, procurando colocar-se ao corrente das publicações sobre tal assunto, e seguir, passo a passo, o movimento espiritista na América e na Europa, fortalecendo os seus conhecimentos com todos os livros sobre Magnetismo e Espiritismo, entre outros os de Cahagnet, a quem visitou em Paris, em 186l - que eram então publicados, principalmente na França, e fazendo sacrifícios que só seu Espírito, sempre ávido de aprender podia levar à cabo, revolvendo livrarias e pedindo a todos as partes exemplares que não se achavam na Rússia.
Pode-se, assim, dizer, que em 1855 assinala o inicio de trabalho de Aksakof em prol do Espiritismo, que se estendeu com a tradução para o idioma russo de todas as obras de Allan Kardec, de Robert Hare (1781-1858), de John Worth Edmonds (Judge Edmonds - 1816-1874), de Robert Dale Owen (1801-1875), de Andrew Jackson Davies (1826-1910), do boletim da “London Dialectical Society” (1867), os trabalhos de William Crookes (1832-1919), e a fundação de periódicos como “Estudos Psíquicos”.
Aksakof foi professor da Academia de Leipzig; fundador e diretor do jornal “Psychische Studien”, Estudos Psíquicos, em 1874 na Alemanha, e, posteriormente, com a sua morte, intitulado “Zeitschrift fur Parapsychologie”, graças ao trabalho do Barão Schrenck-Notzinge.
Em 1881, Aksakof patrocinou a fundação e foi diretor do jornal hebdomadário “Rebus” primeira publicação de uma revista de assuntos psíquicos na Rússia.
Foi Conselheiro de Estado na corte do Tzar Alexandre III, da Rússia.
Os fenômenos de Hydesville, em 1848, despertaram sua atenção; começou, porém, a interessar-se pelas manifestações dos Espíritos em 1855.
Como experimentador e observador cientifico, Aksakof realizou excepcionais trabalhos no campo espírita, com o concurso dos mais famosos médiuns de seu tempo; viajou para diversos países, podendo assim realizar experiências com Madame D´Esperance, Eusápia Palladino, D. D. Home, Cook e outros, com as quais, em 1890, publicou, em Leipzig, Alemanha, sua monumental obra “Animismo e Espiritismo”.
Em 1892, em Milão, na Itália, participou de inúmeras experiências com médiuns famosos para atestar a veracidade dos “fenômenos observados na obscuridade”, das quais sobressai o seu brilhante relatório da “Comissão de Professores”, valorizado pela apreciação de Cesare Lombroso que, a essa Comissão lamenta e se confessa envergonhado da confissão que dirigira em carta, ao professor Ernesto Ciolfi (Veja “Personalidades” - Janeiro 2007). Participaram desta Comissão, entre outros, Alexandre Aksakof, Charles Richet, Césare Lombroso, Karl Du Prel.
Em 1855 publicou “Animismus und Spiritismus” (Animismo e Espiritismo), em resposta à obra “Der Spiritismus”, do sábio Edwing von Hartman, critico dos fenômenos mediúnicos.
Prefaciando essa sua obra, Aksakof escreveu:
“Não pude fazer outra coisa mais do que afirmar publicamente o que vi, ouvi e senti; e quando centenas, milhares de pessoas afirmam a mesma coisa, quanto ao gênero do fenômeno, apesar da variedade infinita das particularidades, a fé no tipo de fenômeno se impõe”.
“Não posso, pois, lamentar ter consagrado toda a minha vida à aquisição desse objetivo, se bem que por caminhos impopulares e ilusórios, mas que eu sei são mais infalíveis do que essa ciência. E, se consegui de minha parte, trazer ainda que só uma pedra à ereção do templo do Espírito - que a Humanidade, fiel à voz interior, edifica através dos séculos com tanto labor, será para mim a única e mais alta recompensa a que posso aspirar”.
E essa pedra, à ereção do templo do Espírito, ele a trouxe, com muito valor cientifico.

Nenhum comentário:

Postar um comentário