quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ANDREW JACKSON DAVIS

Andrew Jackson Davis (1826-1910), nasceu em Blooming Grove, no estado de Nova York, Estados Unidos. Filho de família pobre era uma criança doente e com poucos recursos intelectuais.
Seus dons mediúnicos sobressaíram cedo. Quando estava no campo ouvia vozes que o aconselhavam a suportar os desequilíbrios que assistia dentro de sua casa.
Em 1838, a família mudou-se para Poughkeepsie, onde Andrew mal teve tempo de aprende a ler e escrever. Saiu da escola para auxiliar nas despesas da família, trabalhando primeiro como balconista e depois como aprendiz de sapateiro (uma das profissões do pai).
Em 1843, passou por Poughkeepsie o mesmerista J. Stanley Grimes (1807-1903), então presidente da Sociedade Ocidental de Frenologia - que estuda o crânio para determinar o caráter e a inteligência das pessoas. Era comum naquela época seguidores de Mesmer viajar pelos Estados Unidos prometendo curas. Durante sua apresentação, Grimes pediu um voluntário e Andrew se ofereceu, mas Grimes não conseguiu colocá-lo em transe. No entanto, Andrew ficara interessado no assunto e passou a treinar com o alfaiate William Levingston. Após algumas tentativas Levingston conseguiu colocá-lo em transe.
No começo, os dois se dedicaram a adivinhações, ora Andrew via as horas de um relógio fora do alcance de suas vistas e, em outras oportunidades, lia jornais que eram apertados contra sua testa. Mais à frente, após perceberem a seriedade dos recursos ao alcance, ele se dedicou ao diagnóstico de doenças. Apenas observando o doente, Andrew via todos os órgãos e em volta daqueles que estavam doentes aparecia uma radiação obscura, segundo ele: Olhando através do espaço diretamente para o laboratório da natureza, ou então para estabelecimentos médicos, aprendi com facilidade os nomes comuns (e até mesmo os gregos e latinos) de diversos remédios e também de várias partes da estrutura humana, de sua anatomia, sua fisiologia, sua neurologia.
A partir daí ele passou a ser chamado de “O Vidente de Poughkeepsie”.
Certa feita o médium atendeu ao ministro universalista Gibson Smith, que ficou bastante impressionado com os diagnósticos por ele realizados. Smith registrou os diagnósticos que testemunhou em um folhetim intitulado “Clairmativeness”.
Na tarde de 06 de março de 1844, Andrew realizou uma viagem em semi-transe. Quando retornou à plena consciência, estava distante de onde morava. Retornou para sua residência e descreveu o local onde estivera. Ficou sabendo tratar-se das montanhas Catskill, distantes sessenta quilômetros de sua casa. Naquela oportunidade, relatou ter estado com o médico e filósofo grego Galeno e com o médium Emanuel Swedenborg, ambos já desencarnados. Eles lhe revelaram que o principal propósito de sua mediunidade eram as “revelações da natureza” - mensagens de cunho elevado que ele receberia e deveria registrá-las e dar conhecimento a todos.
A partir daí Andrew desvinculou-se de Levingstone, mudou-se para Nova York e procurou o herborista e magnetizador S. Silas Lyon, que concordou em trabalhar com ele. Ambos procuraram o ministro universalista Reverendo William Fishbough, que aceitou secretariá-los. Interessante registrar que o Senhor Fishbough abandonou todas as tarefas de sua responsabilidade para acompanhá-los, como intuira Andrew. Mais à frente o médium dispensá-los-ia, pois descobrira ser capaz de entrar em transe sem ajuda externa.
Continuaram os diagnósticos e tratamentos de doentes. Ao mesmo tempo Andrew passou, à partir de 28 de novembro de 1845, a se dedicar ao que seria sua verdadeira missão, registrar as tais “revelações da natureza”, que obtinha quando em transe mediúnico, o que resultou em um volume de 782 páginas, publicado em 1847, sob o título “Os Princípios da Natureza, suas Divinas Revelações e Uma Voz para a Humanidade”, onde Andrew escreveu sobre o poder de Deus, a criação da Terra, a reforma e reorganização da sociedade e predisse o surgimento do Espiritismo, sendo a partir daí reconhecido no meio espírita como o Profeta do Espiritismo. Segue a parte do livro que trata da referida predição:
É verdade que os espíritos se comunicam entre si, quando um está no corpo e outro em esferas mais altas - e,também, quando uma pessoa em seu corpo é inconsciente do influxo e, assim, não se pode convencer do fato. Não levará muito tempo para que essa verdade se apresente como viva demonstração. E o mundo saudará com alegria o surgimento dessa era, ao mesmo tempo em que o íntimo dos homens será aberto e estabelecida a comunicação espírita, tal qual a desfrutam os habitantes de Marte, Júpiter e Saturno.
Naquela época, conforme Arthur Conan Doyle, em seu livro “História do Espiritismo”, o Dr. Georges Bush, professor de hebraico da Universidade de Nova York, descreveu assim o médium:
“A circunferência de sua cabeça é demasiadamente pequena; se o tamanho fosse a medida da força, então a capacidade mental desse jovem seria limitadíssima. Os pulmões são fracos e atrofiados; não viveu num ambiente refinado; suas maneiras eram grosseiras e rústicas. Não tinha lido senão um livro; nada conhece de gramática ou das regras de linguagem, nem esteve em contacto com pessoas dos meios literários ou científicos”.
Impressionante que uma pessoa com tão poucos recursos conseguisse escrever as obras que escreveu.
Entre as figuras conhecidas que se interessou por sua mediunidade e o defendeu publicamente, encontrava-se o escritor Edgard Allan Poe.
Antes de 1856, em seu livro “Penetralia”, ele profetizou detalhadamente o aparecimento do automóvel e da máquina de escrever.
Publicou, em 186l, o livro “O Arauto da Saúde Contendo Receita Médica Para o Corpo e a Mente do Homem”; nele Andrew explica as causas das doenças.
A verdade é que, com exceção dos acidentes, a grande maioria das doenças do corpo humano tem origem mental.
Em suas visões espirituais, Andrew relatou sobre o modo de vida dos Espíritos, suas graduações para alcançar o sublime e o celestial; discorreu que o progresso humano está ligado à libertação do pecado, dentre vários outros temas.
O médium professava o viver equilibrado, segundo os “requisitos das leis da natureza”. Nos últimos anos de sua vida, viveu em Boston, vendendo livros e remédios de ervas. Desencarnou aos oitenta e quatro anos, em 13 de janeiro de 1910.
Entre suas notas, uma que foi registrada no dia 31 de março de 1848, anotou a seguinte passagem:
Esta madrugada um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, dizer: “Irmão, um bom trabalho foi começado - olha! Surgiu uma demonstração viva”. Fiquei pensando o que queria dizer semelhante mensagem.
Posteriormente foi esclarecido o teor desta mensagem; referia-se aos fenômenos que iriam ocorrer em Hydesville, com as irmãs Fox.
É difícil conseguir visualizar ou entender o papel cumprido por tão expressivo médium. Sua vida foi relatada como disciplinada e sua dedicação em traduzir as mensagens que recebia de seus companheiros de mandato mediúnico era inquestionável. Mas o que mais sobressaiu foi sua capacidade de revelar a mensagem dos Espíritos que antecipavam o que surgiria logo mais à frente: o Espiritismo. chamá-lo de profeta pode parecer um pouco místico para alguns, mas sem dúvida Andrew foi a ponte entre o que era antes para a grandeza do que viriam a ser o depois.

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