terça-feira, 19 de abril de 2011

Albert Einstein e sua visão sobre Deus

A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu. Creio em um Deus pessoal e posso dizer que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia atéia. 
      Não há oposição entre a ciência e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam idéias que datam de 1880. Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas.
      Há, porém, várias maneiras de se representar Deus.
      Alguns o representam como o Deus mecânico, que intervém no Mundo para modificar as leis da natureza e o curso dos acontecimentos. Querem pô-Lo a seu serviço, por meio de fórmulas mágicas.
      É o Deus de certos primitivos, antigos ou modernos.
      Outros O representam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece distâncias.
      Outros, enfim, como o Deus interior, que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciência. Este é o semeador da verdadeira ciência. 
      A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico.
      Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa devanear e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.
      Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias; a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas. Esse conhecimento, esse sentimento, está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.

     A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica.
     Minha religião consiste em humilde admiração do Espírito Superior e Ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos Espíritos frágeis e incertos.
     Essa convicção, profundamente emocional na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível, é a idéia que faço de Deus.
     Quando o homem se detém a contemplar o fulgor das estrelas no firmamento, constata a grandeza da Criação,  sente, emocionado, a presença da Divindade a se refletir em cada astro, em pleno Universo. E constata que, sem o amor de Deus que tudo vitaliza, a Criação voltaria ao caos do princípio.
     No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que esses cientistas costumam pressupor. Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis. Ora, essa indeterminação, no plano da matéria, abre lugar à intervenção de uma causa, que produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações dessemelhantes e contraditórias da matéria. 
Do livro: “As mais belas orações de todos os tempos” – Carlos Vereza.

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