segunda-feira, 6 de junho de 2011

Amor Livre

Pergunta: Qual das duas, a poligamia ou a monogamia é mais conforme à lei
da Natureza? Resposta: A poligamia é lei humana cuja abolição marca Progresso social.
O casamento segundo as vistas de Deus tem que se fundar na afeição dos seres que se
unem. Na poligamia, não há afeição real: há apenas sensualidade. Item n° 701, de "O
livro dos Espíritos".
Comenta-se a possibilidade de legalização das relações sexuais livres, como
se fora justo escolher companhias para a satisfação do impulso genésico, qual se
apontam iguarias ou vitaminas mais desejáveis numa hospedaria. Relações sexuais, no
entanto, envolvem responsabilidade.
Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjunção afetiva,
não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão-somente pensar em si.
Referentemente ao assunto, não se trata exclusivamente da ligação em base do
matrimônio legalmente constituído. Se os parceiros da união sexual possuem deveres a
observar entre si, à face de preceitos humanos, voluntariamente aceitos, no plano das
chamadas ligações extralegais acham-se igualmente submetidos aos princípios das Leis
Divinas que regem a Natureza. Cada Espírito detém consigo o seu íntimo santuário,
erguido ao amor, e Espírito algum menoscabará o "lugar sagrado" de outro Espírito,
sem lesar a si mesmo. Conferir pretensa legitimidade às relações sexuais irresponsáveis
seria tratar "consciências" qual se fossem "coisas", e se as próprias coisas, na condição
de objetos, reclamam respeito, que se dirá do acatamento devido à consciência de cada
um? É óbvio que ninguém se lembrará, em são juízo, de recomendar escravidão às
criaturas claramente abandonadas ou espezinhadas pelos próprios companheiros ou
companheiras a que se entregaram, confiantes; isso, no entanto, não autoriza ninguém a
estabelecer liberdade indiscriminada para as relações sexuais que resultariam
unicamente em licença ou devassidão. Instituído o ajuste afetivo entre duas pessoas,
levanta-se, concomitantemente, entre elas, o impositivo do respeito à fidelidade natural,
ante os compromissos abraçados, seja para a formação do lar e da família ou seja para a
constituição de obras ou valores do espírito. Desfeitos os votos articulados em dupla,
claro que a ruptura corre à conta daquele ou daquela que a empreendeu, com o aceite
compulsório das conseqüências que advenham de semelhante resolução. Toda
sementeira se acompanha de colheita, conforme a espécie. É razoável nos lembremos
disso, porquanto o autor ou autora da defecção havida, ante os princípios de causa e
efeito, é considerado violador de almas, assumindo com as vítimas a obrigação de
restaurá-las, até o ponto em que as injuriou ou prejudicou, ainda mesmo quando na
conceituação incompleta do mundo essas criaturas tenham sido encontradas
supostamente já prejudicadas ou injuriadas por alguém. O diamante no lodo não deixa
de ser diamante, sem perder o valor que lhe é próprio, diante da vida. A criatura em
sofrimento não deixa de ser criação de Deus, sem perder a imortalidade que lhe é
própria, à frente do Universo. Que a tentação de retorno dos sistemas poligâmicos pode
ocorrer habitualmente com qualquer pessoa, na Terra, é mais que natural - é justo. Em
circunstâncias numerosas, o pretérito pode estar vivo nos mecanismos mais profundos
de nossas inclinações e tendências. Entretanto, os deveres assumidos, no campo do
amor, ante a luz do presente, devem prevalecer, acima de quaisquer anseios
inoportunos, de vez que o compromisso cria leis no coração e não se danificarão os
sentimentos alheios sem resultados correspondentes na própria vida. Observem-se, nos
capítulos do sexo, os desígnios superiores da Infinita Sabedoria que nos orienta os
destinos e, nesse sentido, urge considerar que a Vontade de Deus, na essência, é o dever
em sua mais alta expressão traçado para cada um de nós, no tempo chamado "hoje". E
se o "hoje" jaz viçado de complicações e problemas, a repontarem do "ontem", depende
de nós a harmonia ou o desequilíbrio do "amanhã".

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