domingo, 17 de julho de 2011

FILHOS PRÓDIGOS

“E caindo em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundãncia
de pão, e eu aqui pereço de fome!” — (LUCAS, CAPÍTULO 15,
VERSÍCULO 17.)


Examinando-se a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem
rico, dissipando possibilidades materiais nos festins do mundo.
O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades
diferentes.
Os filhos pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro em
abundância.
Acomodam-se em todos os campos da atividade humana, resvalando de
posições diversas.
Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando
venenos intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados.
Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a
sensibilidade, através de aventuras mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do
relaxamento e do crime.
Em toda parte, vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de
saúde, de oportunidades...
São eles que, contemplando os corações simples e humildes, em marcha
para Deus, possuídos de verdadeira confiança, experimentam a enorme
angústia da inutilidade e, distantes da paz Intima, exclamam desalentados:
— “Quantos trabalhadores pequeninos guardam o pão da tranqüilidade,
enquanto a fome de paz me tortura o espírito!”
O mundo permanece repleto de filhos pródigos e, de hora a hora, milhares
de vozes proferem aflitivas exclamações iguais a esta.

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