sexta-feira, 5 de agosto de 2011

QUEM SÃO?

“No seio das afeições,
Conserva a paz que abençoa.
Quem ama efetivamente
Entende, ajuda e perdoa” -- Casimiro Cunha
(Do livro “Paz e Alegria”, de Espíritos diversos, ed. GEEM)
D.Villela
A
QUEM SÃO?
inda no início de seu ministério público,
Jesus, certa ocasião, ensinava
a numerosos ouvintes, que lotavam
o local onde se encontrava, quando foi
avisado de que parentes seus, inclusive
sua mãe, se achavam do lado de fora e
desejavam falar-lhe. “Ele lhes respondeu:
quem é minha mãe e quem são meus irmãos?
E, perpassando o olhar pelos que
estavam assentados em seu derredor,
disse: – Eis aqui minha mãe e meus irmãos;
pois todo aquele que faz a vontade de
Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe” (Marcos, 3: 20, 21, 31 a 35). A
passagem é bem conhecida, figurando
também em Mateus (12: 46 a 50) e Lucas
(8: 19 a 21) e é interessante observarmos
que os três evangelistas se fixaram no ponto
essencial dessa ocorrência, qual seja, o
cuidado de Jesus em não interromper o ensino
da Boa Nova – que se destinava a renovar
toda a vida na Terra – a um grupo
que o ouvia atentamente, em função de
visitas inesperadas de parentes ou amigos.
Não encontramos, assim, nos referidos
textos, outros detalhes do episódio, por
exemplo, qual a atitude dos familiares de
Jesus, se teriam aguardado a conclusão
dos ensinamentos para vê-lo ou se preferiram
retornar a Nazaré, distante cerca de
30 quilômetros de Cafarnaum, onde o
episódio aconteceu.
A crítica mal intencionada não deixou
de explorar essa ocorrência, sugerindo
que Jesus teria desconsiderado seus parentes,
inclusive sua mãe, desrespeitando,
ainda, o mandamento divino que determina:
“Honrai pai e mãe”.
Todos sabemos existir situações em
que uma pessoa não pode interromper o
que está fazendo para atender a eventuais
chamados de parentes, bastando lembrar,
a propósito, o médico que realiza uma cirurgia,
o magistrado que preside a um julgamento...E os exemplos poderiam ser
multiplicados sem que choque a qualquer
pessoa a impossibilidade de atendimento
imediato a tais requisições. Por outro lado,
o Mestre mostrou em outras ocasiões o
respeito e o carinho que dedicava à sua
mãe.
O Mestre, além disso, aproveita a oportunidade
para ressaltar a diferença entre a
simples consanguinidade, cujos laços, frágeis,
não raro se extinguem juntamente com
a vida material, e o parentesco espiritual,
fundado na afinidade e na afetividade e
que verdadeiramente une aqueles que o
vivenciam, possibilitando-lhes a continuidade
da convivência na espiritualidade,
bem como ao longo das sucessivas reencarnações.
“O Evangelho segundo o Espiritismo”
(capítulo 14, itens 5 a 7).

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