quinta-feira, 20 de outubro de 2011

CAMINHO ALTO

Além da morte, as alegrias são fulgurações crescentes do espírito, na liberação das
forças emotivas que se descartaram da matéria mais densa, entretanto, no mesmo
princípio, as dores da consciência atingem o superativo da angústia.
À vista disso, o remorso em nós é qual fulcro de agonias morais reavivando a
lembrança dos nossos erros, com espantoso poder de repetição.
Carregamos, desse modo, além-túmulo, o fardo de nossas culpas, a exibir
constantemente o espetáculo das próprias fraquezas, e imploramos a reencarnação
como quem sabe que o corpo físico é o instrumento capaz de reabilitar-nos.
Nessas circunstâncias, não poupamos súplicas, não regateamos promessas, não
medimos votos, não subestimamos sacrifícios... Encomendamos serviço e luta,
assinalando a inquietude do sedento que pede água.
Aspiramos a apaziguar paixões, purificar sentimentos, resgatar débitos, santificar
ligações e elevar experiências, na conquista da própria renovação.
E, quase sempre renascemos em duras dificuldades, a fim de redimir-nos, à maneira
do aluno internado na escola para educar-se.
Não recuses, assim, a provação ou problema que o mundo te impõe, nas horas breves
da passagem sob a neblina da carne. A moléstia, a inibição, o sonho torturado, o
parente difícil, a separação temporária ou o infortúnio doméstico representam cursos
rápidos de regeneração pessoal, em que somos chamados ao próprio burilamento.
Recorda que voltarás, amanhã, para o lar da luz de onde vieste. Não impeças que o
suor do trabalho ou o pranto do sofrimento te dissolvam as sombras do coração.
Todo mal de ontem ressurge ao mal de agora para que o bem apareça e retome a
governança da vida.
O Erro desajusta.
A dor restaura.
É por isso que, entre a ilusão que obscurece e a verdade que ilumina, a reencarnação
será sempre o alto caminho do recomeço.
◆◆◆
Espírito: EMMANUEL-Ideal Espírita-FC.Xavier

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