Conta-se
que, certo homem ambicioso, ouvindo falar a respeito das curas
extraordinárias que realizavam os Apóstolos, em nome de Jesus,
aproximou-se deles.
Durante
algum tempo os acompanhou nas peregrinações. Teve oportunidade de
observar como eles impunham as mãos e curavam as pessoas.
Testemunhou o dia em que Pedro, subindo ao templo para orar, curou um paralítico de nascença com um abraço, em nome de Jesus.
Mais
de uma vez ele viu pessoas serem trazidas, dominadas por Espíritos
infelizes e libertadas pelos Apóstolos, em nome de Jesus.
Constatou que eles se alimentavam de frutas, pães e peixes. Nada especial. Também não utilizavam nenhuma fórmula para as curas.
Contudo, pensava ele, eles devem ter um segredo. Quem sabe, por baixo do manto, eles trouxessem um talismã escondido?
O
tempo passou e é claro, os Apóstolos não puderam deixar de notar que
aquele homem estava sempre presente em suas pregações, observando e
observando.
Pensando
se tratar de alguém interessado em se tornar um seguidor de Jesus,
Pedro se aproximou e lhe perguntou se desejava alguma coisa em especial.
Talvez quisesse fazer parte do grupo, trabalhar pelo bem da Humanidade,
servir e servir.
O homem, convidado a falar pela bondade do Apóstolo, pediu:
Sigo
os passos de vocês há bastante tempo por um motivo muito simples.
Desejo aprender a arte de expulsar os Espíritos e curar as enfermidades.
Em verdade o que eu desejo é que me vendam o amuleto que realiza essas coisas.
Não importa o preço. Sou alguém que possui haveres e os posso dar em troca do talismã.
O Apóstolo lhe disse que nada possuíam senão a fé e que o que os movia nas curas era o amor ao próximo. Mas o homem insistiu:
Não mintam para mim. Vocês possuem um talismã, uma pedra, alguma coisa que permita invocar e dominar os Espíritos dos mortos.
Desejo dominar também para fazer com que trabalhem para mim. Quero ser poderoso como todos os seguidores desse Nazareno.
E
como o velho Apóstolo lhe explicasse que não possuíam outro objeto
mágico senão suas virtudes, sua fé, seu respeito a Jesus, sua veneração a
Deus, o homem ambicioso se desiludiu e foi embora.
Saiu praguejando e dizendo que aqueles homens eram egoístas e desejavam dominar o mundo, sem contar os seus segredos.
* * *
Por
vezes agimos como o homem ambicioso. Desejamos que os dons espirituais
nos possam diminuir as canseiras da vida, resolvendo as nossas
dificuldades.
No entanto, as lições de Jesus são claras. Digno é o trabalhador do seu salário. E a cada um será dado segundo as suas obras.
O
prêmio do cristão é aprender a ser feliz, conquistando a perfeição.
Suas riquezas são valores como amizade, respeito, perdão, honra e dever.
Sua força está na fé que move as montanhas das dificuldades e arrasta a muitos pelos seus exemplos.
Sua
serenidade é resultado da compreensão de que tudo que lhe acontece é
justo e que todas as dificuldades e contratempos são oportunidades de
progresso e redenção.
Redação do Momento Espírita.
Em 11.01.2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário