Não
raro costumamos dizer que o ódio é o oposto do amor. Imaginamos que o
ódio é o substituto do amor, tornando-se seu antônimo, no dicionário do
coração.
Porém,
esquecemo-nos de que os sentimentos não se processam dessa maneira em
nossa intimidade e, que a falta de amor não significa a presença do
ódio.
O
ódio nascerá dos sentimentos mal resolvidos em relação ao nosso
próximo, da não compreensão de suas atitudes e se alimentará, muitas
vezes, nas fontes do egoísmo e orgulho, que ainda cultivamos em nós.
O
ódio será a doença do amor e não o seu antônimo. Afinal, o ódio será o
resultado dos sentimentos resolvidos e tratados de maneira errônea,
equivocada.
Qual
será, então, o antônimo do amor? Se entendermos o amor como o
sentimento amplo e completo, o sentimento que nos preenche a alma e nos
oferece rumos para bem conduzir nossos relacionamentos, qual será o seu
antônimo?
O
contrário do amor será a própria falta do amor, a sua ausência. De tal
monta é a grandiosidade do amor que o seu antônimo não é encontrado em
nenhum outro sentimento. O seu oposto é única e exclusivamente sua
ausência.
Dessa forma, a ausência do amor chama-se indiferença.
Será
a indiferença a maior expressão de desamor em relação a alguém. Será na
indiferença que encontraremos o oposto do amor, sua maior barreira e
limitação para que floresça.
E
quanto de indiferença ainda mora em nosso coração? Quanto somos
indiferentes com o que ocorre com nosso próximo e em nossa sociedade?
Quantas
vezes somos indiferentes com a dificuldade do colega de trabalho, não
tendo tempo nem para alguns minutos de conversa, demonstrando nosso
interesse pelo que lhe está sucedendo?
Não
raro, a indiferença surge em relação às aflições do amigo, do parente
ou do vizinho. Sabemos das dores e provas difíceis que os assaltam e não
empreendemos nenhum gesto, no sentido de os auxiliar.
Somos
indiferentes às injustiças sociais, às misérias socioeconômicas, à
violência moral e física que se nos avizinham, sem nos atingir
diretamente.
* * *
Quando
nos deixarmos aquecer pelo amor ao próximo, pela solidariedade ou
compaixão, amizade ou afeição, a indiferença passará a perder espaço.
O exercício para amar inicia pelo esforço em abandonar a indiferença pelas dificuldades alheias.
E
serão sempre as oportunidades diárias, no relacionamento com a família,
no trabalho ou na vida em sociedade, que nos oferecerão a chance de
acabar com esse antônimo do amor.
Quando
ela não tiver mais espaço no nosso coração, teremos um mundo onde o
amor será a tônica dos relacionamentos, ajudando-nos e apoiando-nos uns
aos outros, nesse caminho do progresso e crescimento que todos anelamos.
Redação do Momento Espírita.
Em 08.07.2011.
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