sábado, 3 de dezembro de 2011

Em cadeias

“Pelo qual sou embaixador em cadeias; para que possa falar dele livremente, como me convém falar.” – Paulo. (Efésios, 6:20.)






Observamos nesta passagem o apóstolo dos gentios numa a-firmativa que parece contraditória, à primeira vista.
Paulo alega a condição de emissário em cadeias e, simultane-amente, declara que isto ocorre para que possa servir ao Evange-lho, livremente, quanto convinha.
O grande trabalhador dirigia-se aos companheiros de Éfeso, referindo-se à sua angustiosa situação de prisioneiro das autori-dades romanas; entretanto, por isto mesmo, em vista do difícil testemunho, trazia o espírito mais livre para o serviço que lhe competia realizar.
O quadro é significativo para quantos pretendem a indepen-dência econômico-financeira ou demasiada liberdade no mundo, a fim de exemplificarem os ensinamentos evangélicos.
Há muita gente que declara aguardar os dias da abundância material e as facilidades terrestres para atenderem ao idealismo cristão. Isto, contudo, é contra-senso. O serviço de Jesus se destina a todo lugar.
Paulo, entre cadeias, se sentia mais livre na pregação da ver-dade. Naturalmente, nem todos os discípulos estarão atravessan-do esses montes culminantes do testemunho. Todos, porém, sem distinção, trazem consigo as santas algemas das obrigações diárias no lar, no trabalho comum, na rotina das horas, no centro da sociedade e da família.
Ninguém, portanto, tente quebrar as cadeias em que se encon-tra, na mentirosa suposição de que se candidatará a melhor posto nas oficinas do Cristo.
Somente o dever bem cumprido nos confere acesso à legítima liberdade.

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