segunda-feira, 9 de abril de 2012

DISTÚRBIOS EMOCIONAIS

Enquanto nos demoramos encarnados no plano terrestre, um tipo de
impaciência existe, sutil, capaz de arrastar-nos aos piores distúrbios emotivos: a revolta
contra nós mesmos.
Acolhemos receios infundados, em torno de opiniões que formulem de nós, seja
por deformidades físicas, frustrações orgânicas, conflitos psicológicos ou empeços sociais
de que sejamos portadores, e adotamos o medo por norma de ação, no exagerado
apreço a nós mesmos, e dessa inquietação sistemática comumente se deriva um
desgosto contínuo contra as forças vivas que nos entretecem o veículo de manifestação.
E tanto espancamos mentalmente esses recursos que acabamos neuróticos,
fatigados, enfermos ou obsessos, escorregando mecanicamente para a calha da
desencarnação prematura. Tudo por falta de paciência com as nossas provações ou com
os nossos defeitos. Decerto, ninguém nasce no corpo físico para louvar as deficiências
que carrega ou ampliá-las, mas é preciso aceitar-nos como somos e fazer o melhor de
nós. Desinibirão construtiva. Compreensão do aprendizado que se tem pela frente.
Acolher o instrumento físico de que o Alto Comando da Vida nos considera necessitados,
tanto para resgatar culpas do pretérito na esfera individual, quanto para a consecução de
empresas endereçadas ao benefício coletivo, e realizar todo o bem que pudermos.
O corpo carnal de que dispões ou a paisagem doméstico-social em que te situas,
representam em si o utensílio certo e o lugar justo, indispensáveis à provação
regeneradora ou à missão específica a que te deves afeiçoar. Por isso mesmo, o ponto
nevrálgico da existência é o teste difícil que te exercita a resistência moral, temperandote
o caráter, no rumo do serviço maior do futuro.
Nossas perturbações emocionais quase sempre decorrem da nossa relutância
em aceitar alguns dos aspectos menos agradáveis, conquanto passageiros da nossa vida.
Saibamos, pois, rentear com eles honestamente, corajosamente. Nada de subterfúgios.
Temos um corpo defeituoso ou estamos em posição vulnerável à crítica? Seja assim.
Contrariamente a isso, porém, reflitamos que ninguém está órfão da Bondade de Deus e,
confiando-nos a Deus, procuremos concretizar tudo de bom ou de belo, no círculo de
trabalho que se nos atribui.
Por outro lado, vale observar que reconhecer a existência do erro ou do
desajuste em nós é sinal de melhoria e progresso. Os espíritos embutidos na inércia não
enxergam as próprias necessidades morais. Acomodam-se à suposta satisfação dos
sentidos em que se lhes anestesia a consciência, até que a dor os desperte, a fim de que
retomem o esforço que lhes compete na jornada de evolução e aprimoramento.
Agradeçamos, desse modo, a luz espiritual de que já dispomos para analisar a
nossa personalidade e, abraçando as tarefas de equilíbrio ou reequilíbrio que nos
compete efetuar no próprio espírito, enfrentemos os nossos obstáculos com paciência e
serenidade, na certeza de que podemos solucionar todos os problemas na oficina do
serviço com a bênção de Deus.

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