Mãe, que te recolhes
no lar, atendendo à Divina Vontade, não fujas à renuncia que o mundo te
reclama ao coração.
Recebeste no templo
familiar o sublime mandato da vida.
Muitas vezes,
ergueste cada manhã, com o suor do trabalho, e confiaste à noite, lendo a
página branca das lagrimas que te emanam da lama ferida.
Quase sempre, a tua
voz passa desprezada, com vazio rumor o alarido das discussões domestica,
e as tuas mãos diligentes servem com sacrifício, sem que ninguém lhes
assinale o cansaço...
Lá fora, os homens
guerreiam, entre si, disputando a posse efêmera do ouro ou da fama, da
evidencia ou da autoridade...Além, a mocidade , em muitas ocasiões,grita
festivamente, buscando o mentiroso prazer do momento rápido...
Enquanto isso,
medita e esperas, na solidão da prece,com que te elevas ao Alto, rogando a
felicidade daqueles de quem te fizeste o gênio guardião.
Quando o santo sobe
às eminências do altar, ninguém te vê nas amarguras da base, e quando o
herói passa, na rua, coroado de louros, ninguém se lembra de ti, na
retaguarda de aflição.
Deste tudo e tudo
ofereceste, entretanto, raros se recordam de que teus olhos jazem nevoados
de pranto e de que padeces angustiosa fome de compreensão e carinho.
No entanto,
continuas amando e ajudando, perdoando e servindo...
Se a ingratidão te
relega à sombra na Terra, o Criador de tua milagrosa abnegação vela por ti
dos Céus, através do olhar cintilante de milhões de estrelas.
Lembra-te de que
Deus a fonte de todo o amor e de toda a sabedoria, é também o Grande
Anônimo e o Grande Esquecido entre as criaturas.
Tudo passa no
mundo...
ajuda e espera
sempre.
Dia virá em que o
Senhor, convertendo os braços da cruz de teus padecimentos em grandes asas
de luz, transformará tua alma em astro divino e iluminar para sempre a
rota daqueles que te propuseste socorrer.
Livro: “Cartas do
Coração” – Psicografia Francisco Cândido Xavier/Meimei
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