terça-feira, 7 de agosto de 2012

CONVITE À ASCENSÃO



Inumeráveis os óbices. Sem conto as dificuldades.
O cardo multiplicado na rota cravando-se aos pés andarilhos; a pedra
miúda penetrando pela alparcata protetora; a canícula ardente sobre a cabeça
ou a chuva impertinente, prejudicial como circunstâncias impeditivas.
O apelo do alto, no entanto, chegando-te como poema de sol, encanto de
paisagem visual a perder-se além do horizonte, ar rarefeito, renovador,
abençoado...
Na estreiteza do caminho estão a visão próxima do detalhe nem sempre
atraente, a lama e o abismo.
De cima, porém, a grandeza do conjunto harmonioso, em mosaico festivo,
concitando-te a maiores cogitações...

No torvelinho agressivo do dia-a-dia é mister crescer na direção da vitória,
libertando-te das paixões que coarctam as aspirações elevadas.
Examina, assim, a situação em que te encontras e arregimenta forças a fim
de ascenderes.
Cá, na nesga da baixada dos homens, a dor em mil faces, o desespero em
polimorfia fisionômica, a desdita em vitória. Mesquinhez abraçada a coisa-nenhuma
asfixiando esperanças, esmagando alegrias...
Lá, nas alturas do ideal, a amplitude de vistas e a largueza de realizações...
Concitado ao programa redentor não te detenhas no ultraje dos fracos, nem te
fixes na insensatez dos desolados.
Paga o tributo do crescimento a peso de jovial renúncia e cordata submissão,
superando detalhes desvaliosos e conjunturas lamentáveis, de modo a alçares o ser e
a vida aos cimos espirituais.
Asseverou Jesus ser o caminho, e ensinando como alcançar vitórias legítimas,
enquanto conviveu com os homens e lhes sofreu a ingratidão não se permitiu deter
com eles, ascendendo do topo de uma cruz, além do solo das paixões, aos cimos da
sublimação.
Medita e segue-o, liberando-te da canga dos melindres e cogitações que te retêm
no solo pegajoso das baixadas, desde hoje.

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