sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SIMPLES E IGNORANTES

Por que o mal se encontra na natureza das coisas? Falo do mal
moral. Deus não poderia criar a humanidade em melhores
condições?
Já te dissemos: Os Espíritos foram criados simples e ignorantes. Deus deixa aos
homens a escolha do caminho: Tanto pior para ele, se seguir o mal; sua
peregrinação será mais longa. Se não existissem montanhas não poderia o
homem compreender que se pode subir e descer, e, se não existissem rochas, não
compreenderia que há corpos duros. É necessário que o espírito adquira a
experiência, e para isso é necessário que ele conheça o bem e o mal. Eis porque
existe a união do espírito com o corpo.
(“O Livro dos Espíritos questão nº634)

Criar perfeitamente equivaleria a não ter criado – Eis a questão em
que se concentra a evolução humana. O Criador tem para a
criatura o mesmo afã que o pai tem para o filho... A Criação Divina
não é uma obra realizada, mas em via de realizar-se.
Simples e ignorantes, em condições de igualdade, damos início á
trajetória... Toda a diferença se faz durante a transcendente
peregrinação!
Não é o mal, portanto que se encontra na natureza das coisas, e
sim a indefinição do bem. Até que a criança automatize certas
noções de equilíbrio, é natural que tropece e caia repetidas vezes;
Todavia, a rigor, ninguém se compraz com a queda; cai-se para
deixar de cair e não o contrário!... Portanto, conforme os espíritos
superiores tem dito à saciedade, o mal está a serviço do bem, tanto
quanto é função das trevas dar destaque à luz.
O homem, orientados pelas leis Divinas, atingirá a perfeição pelo
seu próprio esforço, de livre espontânea vontade, sem que nada o
coaja ao contrário, para que fique devendo exclusivamente a si os
resultados do seu vir-a-ser em sua definitiva integração com Deus.
O mestre não dá a lição pelo aprendiz. O pai não verte pelo filho o
suor que lhe compete derramar... A experiência é uma vivência
individual e intransferível .
Em contato com as lutas e com os obstáculos na vida material, o
espírito se revela, assim como somente através de lentes adequadas,
o ourives ajuizará quanto ao grau e a pureza do diamante.
O espírito mesmo em condições, digamos, embrionárias, do ponto
de vista intelecto-moral, começa a optar, semelhantes aos corpos
unicelulares que reagem desta ou daquela maneira aos estímulos
que recebem. Quando mergulhamos a mente em tais elucubrações,
quedamo-nos ante a infinita sabedoria do Criador, que de fato,
desde os primórdios nos fez a todos iguais, mas sem que nenhum
fosse cópia uns dos outros – iguais, mas individualizados.
Na questão 645 de “O Livro dos Espíritos, Kardec indaga com
propriedade: “Quando o homem está mergulhado na atmosfera de
vício, o mal não se torna para ele um arrastamento quase
irresistível?”. A isto os Espíritos incisivamente responderam:
“Arrastamento sim, irresistível, não...”
Portanto, não se sinta o homem sob nenhum pretexto inclinado a
praticar o mal... Os que sucumbem a ele, sucumbem por si mesmos,
e não por uma fragilidade espiritual de ordem transcendente. Assim
é desde o começo. Com o contrário, desde o princípio, o homem não
poderia ser, em hipótese alguma, responsabilizado pelos seus atos.
Discernimento primeiro responsabilidade depois. Qualquer inversão
neste mecanismo seria ilógico e absurdo.

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