O
dia de comemoração dos mortos tem alguma coisa de mais solene para os
Espíritos? Preparam-se eles para visitar os que vão orar sobre os
túmulos?
— Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento, nesse dia como nos outros.
Esse é para eles um dia de reunião junto às sepulturas?
—
Reúnem-se em maior número nesse dia, porque maior é o número de pessoas
que os chamam. Mas cada um só comparece em atenção aos seus amigos, e
não pela multidão dos indiferentes.
Sob que forma comparecem e como seriam vistos, se pudessem tornar-se visíveis?
— Aquela pela qual eram conhecidos em vida.
Os Espíritos são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra?
—
Muito mais do que podeis julgar. Essa lembrança aumenta-lhes a
felicidade, se são felizes, e se são infelizes, serve-lhes de alívio.
A visita ao túmulo proporciona mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita em sua intenção?
—
A visita ao túmulo é uma maneira de se manifestar que se pensa no
Espírito ausente: é a exteriorização desse fato. Eu já vos disse que é a
prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar, se a
lembrança é ditada pelo coração.
A alma que volta à vida espiritual é sensível às honras que tributam aos seus despojos mortais?
—
Quando o Espírito já chegou a um certo grau de perfeição, não tem mais
vaidade terrestre e compreende a futilidade de todas as coisas. Sabeis
porém, que, frequentemente, há Espíritos que, no primeiro momento da
morte, gozam de grande satisfação com as honras que lhes tributam, ou se
desgostam com o abandono a que lançam o seu envoltório, pois conservam
ainda alguns preconceitos deste mundo.
O
respeito instintivo do homem pelos mortos, em todos os tempos e entre
todos os povos, é um efeito da intuição da existência futura?
— É a sua consequência natural. Sem ela, esse respeito não teria sentido.
Trechos retirados do “Livro dos Espíritos” - Allan Kardec
(Livro Segundo – Cap. 6 – Item IX)
Nenhum comentário:
Postar um comentário