Nós,
seres humanos, somos de raças e cores diferentes. Temos múltiplas
formas de nos expressar, através da linguagem e da diversidade dos
costumes.
Em matéria de crença religiosa, filiamo-nos àquela que melhor nos fale ao coração.
Somos de graus variados em intelecto, posição social e sentimentos.
Mas, se há um verdadeiro ponto comum para todos nós, esse se chama morte.
Todos estamos fadados a ela e, de forma paradoxal, é com o que menos nos preocupamos.
Planificamos
nossa vida como se esta jamais fosse findar. Criamos rixas e desavenças
com pessoas e nações, disputando coisas passageiras, sem nos darmos
conta de que tudo ficará aqui, na Terra, quando chegar nossa hora de
partir.
Acumulamos
bens e trabalhamos muito além da conta, para encher cofres e contas
bancárias, sem pensar que isso somente vale enquanto estamos por aqui.
Enfim, vivemos como se a carne fosse imortal e a morte nunca nos houvesse de alcançar.
Para quase todos, aliás, falar em morte equivale a algo lúgubre, tenebroso.
Um conceito que foi fabricado especialmente pela grande noite da Idade Média.
Se nos recordarmos dos cristãos primitivos, veremos que para eles a morte não tinha conotação de terror algum.
Era,
antes, considerada a grande libertadora. Conscientes da mensagem
imortalista do Galileu, eles partiam para o martírio entre hinos de
alegria.
No corpo, consideravam-se encarcerados, anelando pela liberdade.
Na limitação orgânica, sentiam-se em área estreita e sombria, desejando a luminosidade do amanhecer eterno.
Enquanto na matéria, experimentavam cativeiro perturbador e por isso mesmo, esforçavam-se para alcançar a libertação.
Viviam
as experiências terrenas com lucidez, preservando a certeza de que, por
mais se alongassem, seriam interrompidas com a morte, prosseguindo
noutra dimensão.
Face a essa convicção, jamais se atemorizavam diante da própria morte. Nem dos seres amados.
Viviam no mundo como alunos num internato, como hóspedes e não como residentes fixos.
Martirizados ou perseguidos, recebiam a penalidade como forma de sublimação e de mais fácil ascensão à glória imortal.
O
infortúnio do exílio, a separação dos bens e da família, embora os
fizesse sofrer, não os desesperava, por confiarem no reencontro futuro e
na conquista de valiosos tesouros de paz e autorrealização.
A Idade Média, com suas superstições e fanatismo, envolveu a morte em terríveis sombras, vestindo-a de pavor.
As
carpideiras, as vestes negras e roxas, as cerimônias macabras, tudo
dava a impressão de horror e desalento em referência à morte.
É
hora de retornar às fontes primitivas do Cristianismo. Com a certeza da
continuação da vida, a morte passará a ser recebida com serenidade.
Morrer deixará de ser tragédia. Será, sim, o mecanismo que facilitará o renascimento em outra esfera, no Mundo Espiritual.
Sigamos, pois, na sua direção, com tranquilidade e sem temor.
livro Desperte e seja feliz, pelo Espírito Joanna de
Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário