Um gênio, visionário, criativo, com um bom coração, inventor de mão cheia e injustiçado. Esse foi Nikola Tesla.
E aqui estão apenas alguns dos inúmeros qualificativos que podem ser dados ao homem que dedicou toda a sua vida a tornar as invenções e descobertas nos campos da mecânica e da engenharia elétrica disponíveis ao maior número possível de pessoas.
Nikola Tesla nasceu no Império Austríaco a 10 de julho de 1856; mais especificamente no vilarejo de Smijan, em Vojna Krajina, região da Croácia.
E de lá saiu para “iluminar a face da terra” com a sua capacidade única de criar e inventar os mais diversos tipos de equipamentos que a mecânica e a eletricidade pudessem ajudar a produzir.
As invenções de Nikola Tesla, como os princípios do raio x, do wi-fi, do rádio, das lâmpadas elétricas e de neon, entre outras incontáveis descobertas, foram responsáveis por colocar a humanidade em um outro degrau civilizatório – e por isso mesmo ele é muitas vezes descrito como um dos maiores revolucionários de todos os tempos.
No campo do eletromagnetismo não há área na qual ele não tenha posto as suas mãos. E entre a segunda metade do séc. XIX e as primeiras décadas do XX Nikola Tesla criou o sistema elétrico de correntes alternadas (AC), a distribuição de energia por meio de polifases, além de motores que contribuíram sobremaneira para tornar a indústria o grande ramo da atividade econômica durante esse período.
Mas no campo da eletrotécnica ele também não deixou por menos. Conseguiu, por volta de 1894, comprovar a possibilidade de transmissão de informações por meio das ondas de rádio (invento atribuído a Marconi); o que não deixou mais nenhuma dúvida acerca da sua genialidade e tornou-o um dos cientistas mais requisitados do mundo.
Nikola Tesla: frases, pensamentos e contribuição para a ciência
“A ciência é, portanto, uma perversão de si mesma, a menos que tenha, como fim último, melhorar a humanidade.”
Eis aqui uma das incontáveis frases de Nikola Tesla que não deixam qualquer dúvida acerca da sua personalidade no mínimo original.
Era a personalidade de um inventor nato, apesar de excêntrico, e tomado por convicções consideradas à época bastante extravagantes acerca dos limites da ciência e sobre até onde ela poderia chegar no futuro.
Em uma delas, ele garantia a superioridade da Corrente Alternada (CA) em relação à Corrente Contínua (CC) defendida nada mais nada menos do que por Thomas Edison.
O resultado? Tesla saía vencedor do que se chamou de “ a guerra das correntes”; deixando todos à época atônitos com o novo “semideus” que surgia no campo da engenharia elétrica.
Na verdade, para muitos, essas e outras conclusões fizeram de Nikola Tesla o real inventor da lâmpada elétrica; uma das maiores realizações da ciência moderna, que acabou concedendo a Thomas Edison a imortalidade.
Mas engana-se quem pensa que as previsões, digamos, excêntricas de Tesla resumiram-se apenas e tão somente às atividades no campo da engenharia elétrica. Longe disso!
Para se ter uma ideia de até onde ia a sua engenhosidade, ele foi capaz da loucura de afirmar que, no futuro, todos teríamos a nossa “tecnologia de bolso”, por meio da qual iríamos nos comunicar, compartilhar músicas, vídeos, fotos, imagens – e inclusive “escutar e participar de eventos como se fizéssemos parte dele”.
E qualquer semelhança com as atuais tecnologias dos smartphones não é mera coincidência!
Hoje, além de ser, para muitos, considerado o verdadeiro inventor da lâmpada elétrica, do rádio, dos aparelhos de wi-fi, da tecnologia por trás dos drones, dos aviões por propulsão, entre outras inúmeras conquistas da contemporaneidade, Tesla também dá nome a um Sistema Internacional de Unidades (SI) para a medição da densidade do fluxo eletromagnético.
E também dá nome à tecnologia de transmissão sem fio de energia em aparelhos eletrônicos (O “Efeito Tesla”), determinou as bases da robótica moderna e previu a invenção do controle remoto.
Além de contribuir para a expansão da física nuclear, para a construção de equipamentos por radar, entre outras diversas contribuições que exigiriam aqui uma verdadeira obra acadêmica para que pudessem ser devidamente expostas e analisadas em ordem de importância.
Uma personalidade bastante original
A contribuição de Nikola Tesla para a ampliação do uso da energia elétrica é de tamanho vulto, que muitos são capazes de jurar que foi ele, e não o lendário Benjamin Franklin, quem descobriu a eletricidade!
Obviamente, a coisa não é para tanto! Mas ninguém tem dúvida de que o uso desse fenômeno possui duas fases: antes e depois de Nikola Tesla.
Outras curiosidades que chamam bastante a atenção na sua trajetória de vida é o fato de ele ser um incrível conhecedor das mais diversas línguas. Consta que Tesla era fluente em nada mais nada menos do que 7 idiomas, entre eles, o checo, húngaro, italiano, latim, além do seu próprio idioma sérvio.
Mas as extravagâncias acerca da sua personalidade vão além, muito além das suas habilidades intelectuais e linguísticas. Basta saber que ele era uma verdadeira fonte de manias, obsessões e neuroses, a ponto de sentir um apreço todo especial pelo número 3 e os seus múltiplos.
Isso sem contar o seu horror à sujeira (e uma mania de limpeza que o atormentava), o diagnóstico que recebeu de “transtorno obsessivo compulsivo” (na definição moderna), as suas superstições, o exótico apreço por pombos, a paixão por gatos…
Entre outras excentricidades que, obviamente, não poderiam resultar em outra coisa: Tesla morreu sendo taxado de louco até mesmo pelos seus pares.
Já os místicos e esótericos não tinham dúvidas: Tesla teria sido orientado durante toda a vida por seres extraterrestres!
Pois tamanha genialidade e inventividade não poderia, de forma alguma, ser o resultado das capacidades biológicas normais de um ser humano. Sem dúvida, na opinião de muitos, eram as comunicações espirituais que despertavam tamanha genialidade.
E o pior é que isso acabou sendo “confirmado” após a descoberta de que, entre os seus inúmeros sonhos, havia o de criar o que ele chamou de “Rádio dos Espíritos”; um instrumento a partir do qual poderia, finalmente, tornar concreto o sonho, acalentado por muitos, de comunicar-se com os espíritos do mortos.
Já sobre a vida íntima de Nikola Tesla o que se sabe é que ela não foi menos convidativa a uma série de mitos, crenças e invencionices acerca da sua personalidade.
Isso porque ele morreu como um celibatário; um “celibatário convicto”; na crença de que toda essa energia que seria gasta em conquistas e aventuras amorosas poderia ser mais adequadamente utilizada para o desenvolvimento das suas qualidades intelectuais.
Nikola Tesla: polêmicas e contradições do gênio da modernidade
Nikola Tesla é famoso pelas suas invenções. Mas é famoso também pela sua personalidade, digamos, não convencional.
Basta saber que não era nada incomum que ele fosse flagrado, uma ou outra vez na semana, a, displicentemente, alimentar os pombos que juntavam-se ao seu redor em pleno Central Park, como se até fossem conhecidos de longa data – os quais ele não só alimentava como até mesmo recolhia ao seu apartamento.
Era, sem dúvida, uma personalidade única!
Tesla era capaz de tornar-se afastado e melancólico como um típico eremita; mas, logo que surgia uma oportunidade de socializar-se, socializava-se até com extrema facilidade! a ponto de ser considerado doce, afável, simpático, firme e bastante sofisticado.
Era o típico cavalheiro! Educado e polido como se até fora um nobre inglês! Era o homem dos números e cálculos, mas que conseguia sair desse tão denso e áspero universo para dedicar-se à poesia, à pintura, artes plásticas, filosofia, música clássica; e até mesmo, por mais contraditório que isso possa parecer, ao universo místico e exótico da espiritualidade.
Mas nos pensamentos e frases de Nikola Tesla também fica bastante evidente talvez a sua principal característica: o pragmatismo.
Era um interesse único e exclusivo de transformar os produtos da sua mente em objetos úteis, baratos e aptos a resolverem os problemas do dia a dia de todo e qualquer cidadão comum.
O gênio pragmático
Pare ele, “Não havia uma emoção mais intensa para um inventor do que ver suas criações funcionando. Uma emoção que faz você esquecer até mesmo de comer, de dormir e de tudo o mais.”
“E o desenvolvimento humano depende fundamentalmente da invenção. Ela é o produto mais importante de seu cérebro criativo. Seu objetivo final é o completo domínio da mente sobre o mundo material e o aproveitamento das forças da natureza em favor das necessidades humanas.”
Esse era Nikola Tesla. Alguém que também poderíamos chamar, nos tempos modernos, de um “indivíduo bipolar”. Pois, se era capaz de tamanha generosidade e galhardia quando a situação exigia, por outro lado, era capaz dos gestos mais vis e mesquinhos que podem ser capazes de brotar numa alma humana.
Ele era capaz de demonstrar os mais sórdidos preconceitos contra o diferente (o que se diz era que ele possuía um desprezo todo especial por pessoas obesas).
Mas se alguém não se vestisse de forma adequada, isso seria suficiente para que fosse imediatamente afastado da sua equipe até que se prontificasse a alterar o seu modo de vestir.
Era também um sujeito capaz de apresentar todas as características de um solitário e recluso, mas que, na hora de anunciar os seus inventos, não abria mão de um verdadeiro show, que envolvia até mesmo a demonstração das maravilhas da eletricidade em um minúsculo espaço restrito; levando todos a um verdadeiro pânico muitas vezes durante horas seguidas.
Nikola Tesla: principais invenções
Como dissemos, o seu potencial de inventividade fez com que Nikola Tesla fosse considerado, por muitos, o inventor da eletricidade e da lâmpada elétrica; algo que lhe colocava no patamar de um Benjamin Franklin ou de um Thomas Edison, como uma das principais personalidades do universo das ciências.
Basta lembrar que a sua vitória sobre esse mesmo Thomas Edison, no que diz respeito à aceitação da Corrente Alternada (AC) como o sistema ideal para a ampliação da distribuição de energia elétrica até comunidades remotíssimas, foi considerado um marco no percurso civilizatório da humanidade.
Ele era um “inventor e desbravador sem qualquer paralelo na história”, segundo um dos seus biógrafos, J. O’Neil. Enquanto outros não tinham dúvidas: era a “magia encarnada na intelectualidade”.
As frases de Nikola Tesla tornaram-se célebres. O seu empenho em fazer com que as descobertas da ciência se tornassem acessíveis a todos até hoje é copiado.
Em 1885, após a promessa (não cumprida) de Thomas Edison de lhe pagar US$ 50 mil dólares caso ele refizesse (como prometeu) todos os seus motores e geradores, ele conseguiu a façanha de surpreender até mesmo o gênio inventor da lâmpada; e ainda escreveu, ali, mas um capítulo de uma série de desavenças entre ambos ao longo das suas trajetórias.
E Tesla seguiu nos seus objetivos. E até mesmo a Westinghouse, uma das pioneiras da indústria elétrica, contou com a sua providencial ajuda para implantar o sistema de Corrente Alternada, que fez com que a corporação mudasse completamente o seu status; enquanto Tesla, finalmente, superava Edison.
Um verdadeiro visionário
Dentre as principais invenções de Nikola Tesla, podemos destacar:
1. A bobina de Tesla
Esse foi, sem dúvida, um dos seus principais inventos. A bobina de Tesla consiste numa espécie de transformador de eletricidade capaz de produzir, em altíssima voltagem, energia com alta frequência e baixa corrente.
A bobina, para fins de entretenimento e pesquisa científica, pode produzir relâmpagos artificiais, além de transformar uma tensão de 110 volts em impressionantes 5.000 volts!
2. O Raio X
Outra invenção de Nikola Tesla é o raio X. O fenômeno é atribuído ao alemão Conrad Rontgen (1895); mas hoje já existem documentos que provam que Tesla já conhecia todo o seu funcionamento bem antes dele – porém, como sempre, não se preocupou em documentar e nem registrar nada do que produzia.
3. A lâmpada de neon
O inventor da lâmpada (ao menos a de neon) foi ele, Nikola Tesla. Foi em 1893, em plena Feira Mundial da cidade de Chicago, que o público foi apresentado pela primeira vez ao fenômeno que tonou-se um verdadeiro sinônimo de destaque onde quer que ele pudesse ser utilizado.
4. Barco de controle remoto
A tecnologia por trás do seu barco de controle remoto é hoje utilizada para a criação de drones e de tudo o mais que pode ser criado pelo segmento da robótica.
E à época (por volta de 1898) a demonstração conseguiu aumentar, ainda mais, a fama de “bruxo” de Nikola Tesla.
5. O Rádio
E ao que parece Tesla não tinha mesmo muita sorte ou era perseguido por forças ocultas que não lhe permitiam obter créditos pelos seus inventos.
E em um desses casos, consta que, já em 1893, ele havia conseguido fazer transmissões de sinais de rádio a uma distância de quase 80 quilômetros.
Curiosamente, o seu laboratório foi totalmente destruído por um incêndio; o que fez com que Guglielmo Marconi (que não tinha o mesmo azar com os experimentos que fazia na mesma época) fosse declarado o inventor do rádio.
A morte de Nikola Tesla
E a 07 de janeiro de 1943 Nikola Tesla, o “Inventor da Modernidade”, falecia sem qualquer reconhecimento, pobre, esquecido (como, aliás, não é incomum entre os gênios), num completo ostracismo; recebendo, como honrarias, apenas algumas homenagens póstumas.
E que homenagens!
Ele deu o nome a uma Unidade do Sistema Internacional que mede a densidade do fluxo magnético – o “Tesla”. Deu também o nome a uma das crateras da lua e a um planeta (o “2244 Tesla”). Além de possuir uma estátua que pode ser apreciada no Museu Nikola Tesla, em Belgrado, na Sérvia.
E o mais importante: foi eternizado no “imaginário popular” como talvez a mais importante personalidade do universo das ciências em todo o séc. XX – e, certamente, um dos que mais produziram frutos para o processo civilizatório da humanidade.
Além de ter uma das biografias mais envoltas em lendas, mistérios e crendices dentre todas os personagens que já pisaram nesse nosso tão singular e controverso planeta.
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