quinta-feira, 11 de novembro de 2010

DJALMA FARIAS

Tombou, por insidiosa moléstia, em 6 de Maio de 1950, em Recife, o corpo somático do grande trabalhador da Seara de Jesus, do abnegado propagandista do Espiritismo – Professor Djalma Montenegro de Farias.
Em sua última trajetória terrena, soube sopitar uma grande dor e dar o testemunho irretorquível da sua fé. Nasceu em Pernambuco, a 9 de Outubro de 1900, e lá tudo fez, durante dezenas de anos, até mesmo com sacrifício de sua saúde, em prol do Espiritismo cristão. Com sua palavra firme, convincente e sobretudo evangélica, converteu muitas criaturas e difundiu, em profusão, a consoladora doutrina codificada por Allan Kardec. Como escritor, muito lhe devem as letras espíritas e Reformador sempre contou com sua preciosa colaboração. Era membro do Cenáculo Pernambucano de Letras.
A ação desse trabalhador era multíplice, e por isso ela também se fez sentir e de maneira eloqüente na fundação e direção de casas de caridade. Podemos citar, como modelo de fé, amor e compreensão, o Instituto Espírita João Evangelista, do qual era Presidente, organização a que emprestara todo o seu carinho e inteligência, auxiliado por confrades dedicados e que jamais lhe regatearam colaboração sincera, porque viam nele, além de um idealista, um amigo, e além de amigo um conselheiro experimentado.
Como Presidente da Federação Espírita Pernambucana, tudo fez no sentido de tornar essa Entidade a pujante propulsora da Terceira Revelação. Em 1947 funda a Comissão Estadual do Espiritismo, da qual foi seu primeiro presidente.
Grande foi seu entusiasmo ao tomar conhecimento do célebre Pacto Áureo de 5 de Outubro de 1949, a ele aderindo em todos os sentidos, Vindo aqui ao Rio, por essa ocasião, e embora estivesse privado de ocupar a tribuna, por motivo do seu precário estado de saúde, seu entusiasmo, como dissemos, foi de tal ordem, à vista das conclusões desse Pacto que traria a unificação da família espírita brasileira, que não pode conter-se, proferindo em o salão de conferencia da Federação Espírita Brasileira duas belíssimas orações que fizeram vibrar de intensa emoção a compacta assistência que o escutava.
Dias após, em visita à Liga Espírita do Brasil - hoje Liga Espírita do Estado da Guanabara -, proferiu também uma vibrante alocução, em meio a qual perdeu a voz – era o espectro da moléstia que o advertia da sua imprudência -, mas num esforço extraordinário, conseguiu imprimir forças à matéria que não mais podia acompanhar a eloqüência do seu verbo! Finalizou, contudo, essa sua alocução, entre aplausos da assistência, alocução que foi a última proferida por esse intemerato apostolo do Espiritismo!
Djalma Farias, que tanto lutou e sofreu pela Doutrina Espírita, enfrentando toda a sorte de contratempos e decepções, foi um marco do Espiritismo em Pernambuco, e seu nome e sua obra ultrapassaram os limites do seu Estado Natal.

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