segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Indução Psíquica

  Nada pode deter o avanço do progresso intelectual do ser humano, temos na história episódios demonstrando que as verdades, embora combatidas depois de descobertas, acabaram se incorporando na cultura humana.
       Ao estudarmos a história vamos constatar que a maior dificuldade do homem em reconhecer uma verdade, tem origem na vaidade e nos preconceitos, sejam eles científicos, religiosos ou culturais. Embora a resistência fundamentada no interesse de grupos, é evidente que no decorrer do tempo a verdade acaba prevalecendo, mas, infelizmente até que se esgotem as discussões e as rivalidades, a verdade fica por longo tempo às margens da cultura e muitas vezes é até ridicularizada. – Galileu e Copérnico que o diga.
       O mesmo está ocorrendo com o Espiritismo, cujas verdades reveladas no seu contexto afronta os preconceitos tradicionais da cultura humana, porém, diferente das lutas travadas outrora, seus maiores adversários não são os preconceitos culturais, mas sim a credulidade exagerada e os interesses institucionais que muitas vezes ferem o bom senso e a razão.
       O movimento espírita, diferente de outras doutrinas, é livre de diretrizes preestabelecidas, qualquer pessoa pode criar uma instituição denominada espírita. Entretanto, nem todas desenvolvem práticas coerentes com os ensinamentos dos Espíritos Superiores.
Muitos modelos de práticas doutrinárias tem sido estabelecidos, suscitando uma grande diversidade de atividades nem sempre regradas no bom senso. Consequentemente, temos muita doutrina dos espíritas e pouca Doutrina dos Espíritos. Criamos instituições grandes, mas são muito raras as grandes instituições.
       No geral percebemos que estabelecemos uma doutrina de médiuns e não uma doutrina de Sabedoria Cristã como deveria ser. Tudo gira em torno da psicografia, psicofonia e ectoplasmia. Com isso acabamos induzindo as pessoas a acreditarem que a mediunidade é primordial para a evolução do espírito reencarnado.
       Afirmou Kardec: ‘‘A mediunidade não depende do moral e nem da evolução do espírito’’. Portanto, entende-se que ela não é uma virtude, mas sim uma condição orgânica, isso está explicito na codificação. Chico Xavier não evoluiu nesta sua recente encarnação apenas por ter sido médium, mas sim por se tornar um cristão no trato com os seus semelhantes, mesmo que não tivesse sido médium teria sido um homem de bem, que é o grande objetivo que deveria ser almejado por todos os que se dizem espíritas.
       Infelizmente é essa a imagem que estamos passando para o leigo, tanto é que a imprensa quando aborda o tema Espiritismo, se refere usando o seguinte termo: ‘‘a doutrina na qual seus seguidores afirmam conversar com os mortos’’. Quando deveria ser: ‘‘A Doutrina que revelou ao mundo a natureza espiritual do ser humano, na qual, seus seguidores buscam a renovação dos seus sentimentos com base na Mensagem Cristã’’.

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