quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O ARADO

“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás
é apto para o reino de Deus.” — (LUCAS, CAPÍTULO 9, VERSÍCULO 62.)
Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um dos mais
belos símbolos.
Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras imagens. Poderia
reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos da profecia, mas
prefere fixar o ensinamento em bases mais simples.
O arado é aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de
colaboração entre o homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo,
fere a terra para que produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua
passagem, o terreno cede para que a chuva, o sol e os adubos sejam
convenientemente aproveitados.
É necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino
Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem
dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”.
Meditemos nas oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que
caíram sobre nós e que se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito,
no sol de amor que nos vem vivifícando há muitos milênios, nos adubos
preciosos que temos recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença.
Examinemos tudo isto e reflitamos no símbolo de Jesus.
Um arado promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se
deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e colheitas, pães no
prato e celeiros guarnecidos.

Um comentário:

  1. Mãos que manejam o arado são mãos calejadas, que se sacrificam para que nós, que aqui estamos, possamos usufruir dos benefícios da terra.
    Mãos que se sacrificam, no silêncio da seara, para o bem de muitos.
    Já paramos para pensar se, em algum momento, aqueles que receberam a missão de arar, preparando a terra para o plantio, resolvessem largar esse trabalho?
    O que será que Jesus quis dizer quando colocou essa metáfora para nós?
    1º Sabia que, para que seus ensinamentos pudessem crescer e ser difundidos, haveria a necessidade de se utilizar daqueles dispostos a se sacrificar para que a mensagem chegasse a todos nós, assim como o alimento chega às nossas mesas;
    2º Queria alertar que seria uma tarefa que exigiria esforços, dores, abnegação, altruísmo, desprendimento e vocação para o cumprimento do dever;
    3º Tinha conhecimento que em alguns momentos da jornada, a "barra pesaria", nós vacilaríamos ao ponto de colocar outros interesses acima da tarefa de levar o esclarecimento e o consolo que a sua mensagem é capaz de produzir em nossas vidas, e então alerta: "não olhem para trás, vão em frente"
    O bom disso tudo é que ao fim de cada jornada, cansados pela própria natureza da tarefa, desiludidos porque a terra a ser arada é tão dura e árida, que acabamos achando que não compensa o trabalho; choramos, desabafamos, e, nesse momento Jesus vem e nos abraça: "Vinde a mim vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei..."

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