Em matéria de prêmio e castigo, a se definirem por céu e inferno, suponhamo-nos à frente de um pai amoroso, mas justo, dividindo a sua propriedade entre os filhos, aos quais se associa, abnegado, para que todos eles prestigiem e cresçam, de maneira a lhe desfrutarem os bens totais. O genitor, compassivo e reto, concede aos filhos, em regime de gratuidade, todos os recursos da fazenda Divina: a vestimenta do corpo; a energia vital; a terra fecunda; o ar nutriente; a defesa do monte; o refúgio do vale; as águas circulantes; as fontes suspensas; a submissão dos vários reinos da natureza; a organização da família; os fundamentos do lar; a proteção das leis; os tesouros da escola; a luz do raciocínio; as riquezas do sentimento; os prodígios da afeição; os valores da experiência; a possibilidade de servir... Os filhos recebem tudo isso, mecanicamente, sem que se lhes reclame esforço algum, e o pai apenas lhes pede para que se aprimorem, pelo dever nobremente cumprido, e se consagrem ao bem de todos, através do trabalho que lhes valorizará o tempo e a vida. Nessa imagem, simples embora, encontramos alguma notícia da magnanimidade do Criador para nós outros, as criaturas. Fácil, assim, perceber que, com tantos favores, concessões e doações, facilidades e vantagens, entremeados de bênçãos, suprimentos, auxílios, empréstimos e moratórias, o céu começará sempre em nós mesmos e o inferno tem o tamanho da rebeldia de cada um. Livro “Justiça Divina” – Psicografia Francisco Candido Xavier – Espírito Emmanuel |
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