O PEQUENO TIMBOLÃO

TIMBOLÃO
Casimiro Cunha
(Francisco Cândido Xavier)

Meus filhos, quem faz o mal... Tem o mal como lição.
Vejamos o triste caso do pequeno Timbolão,
apesar de bem crescido, forte alegre e bonitão,
era peralta e travesso o menino Timbolão:
Saiu expulso da escola, enchendo a mamãe de amargor, atirou cinco bombas na mesa do professor .Junto à casa dos vizinhos fazia sempre arruaças, pondo fogo no jardim e apedrejando as vidraças.
Abria malas e cofres manejando a velha pua e até fincava alfinetes nas mãos dos cegos na ruaDona Custódia a mãezinha falava-lhe sempre assim:- Ah! meu filho, seja bom, tenha piedade de mim.
Mas o menino teimoso pouco ligava aos conselhos, depois de ouvir a mãezinha quebrava copos e espelhos. Um dia fez uma cobra toda de arame e pape tentando dar uma queda na pobre dona Isabel.
Mais tarde pôs na cozinha grande casca de banana tentando dar outra queda na lavadeira Donana.Mas o pequeno esqueceu, e foi no tanque brincar, escorregou de repente num tombo espetacular.
Aos gritos de toda a casa no barulho da aflição, lá se vai escada abaixo o travesso Timbolão.Dona Custódia chorando, chega de passo cansado, Timbolão mais parecia um boneco ensangüentado.
Para limpar o nariz, trouxeram enorme fronha, o sangue corria em bica, a queda fora medonha.Gritava e chorava tanto, e parecia tão mal, que foi conduzido à pressa para o leito do hospital.
O médico examinou demonstrando inquietação, depois falou muito aflito, coitado do Timbolão.Ele partira dois dentes, estava com a testa inchada e tinha a perna direita toda ferida e quebrada.
Envolvido em atadura, de olhar triste e cara fina ,começou tomando soro e muita penicilina. Mas a perna piorava, e era tanta a inflamação, que o doutor sem mais demora, pediu a operação.
Timbolão atado à mesa, gemia desesperado, mas lembrando, sempre, sempre, que ele mesmo era o culpado. Terminado o tratamento, parecia novo em tudo, e abraçava a mãezinha com grande atenção no estudo.
Infelizmente o menino, por haver sido tão mau, agora estava bonzinho, mas ficou com perna de pau.

 Não existe efeito, sem causa.Se tudo isso aconteceu a Timbolão, foi por motivo de seu comportamento e desatenção aos conselhos...

(Do livro "Timbolão", pelo Espírito Casimiro Cunha, Francisco Cândido Xavier)

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