sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O RECONHECIMENTO DO AMAR AO PRÓXIMO NA ADOLESCÊNCIA

O despertar do sentimento do amor na adolescência é sempre
enriquecedor. Uma poesia nova toma conta da existência e todas as coisas se
tornam coloridas, oferecendo impressões dantes não percebidas, que se
transformam em fonte de inspiração para as definições de atitudes e
prosseguimento daquelas que já se incorporaram ao seu perfil humano e à sua
identidade em relação à vida.
A aceitação pelo grupo social emula-o a permanecer desenvolvendo as
suas tendências, que são elegidas conforme a capacidade mesma de amar ao
próximo e sentir quanto poderá contribuir em favor de melhores dias e mais
dignas realizações que lhe estejam ao alcance.
Nesse momento, há o descobrimento da necessidade do interrelacionamento
pessoal, escolhendo melhor os indivíduos com os quais deve
conviver e crescer, permitindo-se envolver por aqueles que provocam maior
empatia e se lhe tornam modelares pela riqueza de valores morais e culturais
de que se fazem portadores.
O sexo experimenta mais saudável orientação, deixando de ser
direcionado pelos impulsos do instinto, para ser emulado pelo sentimento da
afetividade.
O próximo já não se lhe apresenta como estranho, o ser distante, mas a
pessoa mais perto dele, seja pelo sentimento de fraternidade, seja pelo
companheirismo, tornando-se membro do seu clã, cuja presença e afetividade
o compensam emocionalmente.
Sob a motivação do amor, os seus planos em relação ao futuro ganham
significado e o tecido social não mais se lhe mostra esgarçado conforme
ocorria antes.
Afinal, a vida física tem como finalidade precípua contribuir em favor da
sociedade modificada para melhor, quando as criaturas adquirem motivações
para prosseguirem no desempenho das suas atividades, libertando-se dos
conflitos externos e das pressões que geram desequilíbrios, levando as
massas de roldão ao desespero.
As experiências desenvolvidas na infância, no que diz respeito à
cooperação, resultado das brincadeiras que ampliaram a capacidade de trocar
brinquedos e alimentos, transformam-se em sentimentos de amor, que
crescem em altruísmo e solidariedade. Esse partilhar, esse expressar
solidariedade, exige a contribuição valiosa e inestimável do sacrifício pessoal,
sem correr o risco da competitividade, do conflito, já que proporciona a
compensação de descobrir-se útil, portanto, participante do progresso que se
torna inevitável.
A auto-estima acentua-se, no adolescente, que descobre ser aceito pelo
seu grupo social, particularmente pelos valores íntimos de que se faz portador,
pela capacidade de cooperar, de eliminar dificuldades e impulsionar para a
frente todos aqueles que se lhe acercam. Essa valorização do si exterioriza-se
como forma de auto-conhecimento, que expande o amor, favorecendo a lídima
fraternidade.
Naturalmente surgem momentos difíceis, caracterizados por decisões
que não são ideais, mas a experiência do erro demonstra que aquela é a forma
menos eficaz para a colheita de resultados felizes, o que ajuda no
amadurecimento das realizações.
Sem receio de novas tentativas, permite-se ampliar o círculo de
relacionamentos e contribuir de alguma forma em favor das demais pessoas.
Esse tentame sócio-afetivo começa no lar, onde o adolescente
redescobre a família, reaproxima-se dos pais, entendendo-lhes a linguagem e
os interesses que mantiveram em oferecer o melhor, nem sempre pelos
caminhos mais certos. Aparece um valioso sentimento de afetividade e de
tolerância para os erros da educação, eliminando mágoas e reservas
emocionais que eram mantidas, ao mesmo tempo transformando-se em motivo
de contentamento geral.
Da reintegração no conjunto da família se alarga em novas motivações
com os colegas e amigos, na escola, no trabalho, no clube de esportes e área
de folguedos, porque os seus são sentimentos do amor que plenifica.
É característica desse período não exigir ser amado, mas compensar-se
enquanto ama, efetuando uma auto-realização emocional.
A sua filosofia de vida o induz ao espírito de solidariedade mais ampla,
cabendo a doação de coisas e até mesmo uma certa forma de autodoação.
Os grandes ideais da humanidade encontraram nos jovens o seu campo
de desenvolvimento e de liderança, quando inspirados por homens e mulheres
de pensamento e de ação, mas que não podiam conduzir as propostas como
se faziam necessárias. Nos jovens, esses ideais floresceram e deram frutos
sazonados que passaram para a posteridade como fenômenos
transformadores e relevantes, que abriram as portas para o progresso e para o
surgimento de novas condutas.
Mais recentemente, a revolução hyppie, como reação às calamitosas
guerras e à hipocrisia vitoriana, proporcionaram à sociedade uma visão mais
correta da realidade, das necessidades juvenis, dos seus direitos, das suas
imensas possibilidades de realização e de crescimento.
É certo que houve excessos, alguns dos quais ainda não foram
corrigidos. Mas é natural que isso aconteça, porqüanto toda grande
transformação social gera conflitos e danos nos momentos das mudanças, por
causa do exagero dos imprevidentes e precipitados. O tempo no entanto se
encarrega de proporcionar soluções compatíveis, que ensejam novos desafios
e novas conquistas.
A conquista do amor, pelo adolescente, nele desenvolve o
comportamento altruístico, no qual se destacam a empatia, o sentimento de
compartilhar a preocupação e o problema do seu próximo, sem que isso
propicie conflito. Ao mesmo tempo, desde o período infantil, o surgimento do
autocontrole torna-se indispensável para o êxito do amor, a fim de que os
excessos na solidariedade não se tornem comprometedores.
É necessário saber preservar-se, de forma que possa continuar com os
valores aceitos sem o desgaste das decepções e choques que ocorrem no
inter-relacionamento pessoal, particularmente na área da afetividade. A autoestima
sabe selecionar o que fazer, como fazer e quando realizá-lo, de forma
que o adolescente possa continuar com o entusiasmo que experimenta,
quando ama, sem o exagero da paixão sem orientação, ou a frieza da
indiferença que resultaria na morte do amor.
A auto-conscientização que se vem desenvolvendo desde a infância,
nesse comenos, torna-se mais importante, propondo a valorização dos
atributos morais, espirituais e culturais que devem ser preservados, enquanto
os outros que transitam passam a receber a consideração normal, sem o
apego que escraviza nem o desprezo que desnorteia.
É evidente que esse processo continuará por toda a vida, já que as
etapas da consciência se desdobram paulatinamente em sentido ascensional e
de profundidade, que o milagre do amor e do conhecimento consegue
estimular para prosseguir.
O grande desafio do amor na vida, quando solucionado, proporciona ao
adolescente a paz de que se deixa penetrar, bem como a auto-realização que
passa a fazer parte do seu programa de crescimento e de felicidade.

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