Um dia, a Loucura resolveu convidar seus amigos para tomar um café em sua casa. ***

 

Um dia, a Loucura resolveu convidar seus amigos para tomar um café em sua casa.

Todos os convidados aceitaram, e depois de tomarem o café, a Loucura propôs uma brincadeira.

— Gente, que tal? Vamos brincar de esconde-esconde?

A Curiosidade, com uma expressão de dúvida, olhou para a Loucura e perguntou:

— Mas o que é isso? Que brincadeira é essa?

A Loucura explicou:

— Esconde-esconde é simples. Eu conto até cem, e depois saio procurando. O primeiro que eu encontrar será o próximo a contar.

Todos aceitaram a brincadeira — menos o Medo e a Preguiça. Faça uma imagem para esse texto 

E então, a Loucura começou a contar:

— Um, dois, três…

A Pressa se escondeu logo de cara, correndo para o primeiro lugar que encontrou.

A Timidez, como sempre, foi se esconder na copa de uma árvore.

A Alegria correu para o meio do jardim, enquanto a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um lugar apropriado para se esconder.

A Inveja, então, se escondeu pertinho do Triunfo, debaixo de uma pedra.

Enquanto isso, a Loucura continuava a contar, e seus amigos se espalhavam, cada um em seu esconderijo.

O Desespero, desesperado, viu que a Loucura já estava no número noventa e nove e gritou:

— Loucura, já está na hora! Comece a procurar!

A Loucura saiu procurando por todos os lados.

O primeiro a aparecer foi a Curiosidade, que não aguentava mais de vontade de saber quem seria o próximo a contar.

Quando a Loucura olhou para o lado, viu a Dúvida em cima de um muro, indecisa, sem saber de que lado esconderia melhor.

Logo depois, a Alegria, a Tristeza e a Timidez foram encontradas.

Quando todos já estavam reunidos, a Curiosidade, perdida em seus pensamentos, perguntou:

— Mas onde está o Amor?

Ninguém havia visto o Amor.

A Loucura, então, começou a procurar em todos os lugares: nas montanhas, nos rios, debaixo das pedras… mas o Amor não aparecia.

Todos começaram a procurar também.

Até que, finalmente, a Loucura avistou uma roseira. E, com um pauzinho, começou a vasculhar entre os galhos.

De repente, ouviu um grito:

— Ai!

Era o Amor, gritando porque havia furado o olho em um espinho da roseira.

A Loucura não sabia mais o que fazer. Se desculpou, chorou e pediu perdão ao Amor.

Prometeu até servi-lo pelo resto da vida.

O Amor, tocado pelo pedido sincero, aceitou as desculpas.

E desde então, até hoje…

o Amor é cego, e a Loucura sempre o acompanha.


Doces Sonhos 

Post de Silvana Claudia Rangel de Carvalho

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