Em 1951, numa pequena vila costeira, vivia Helena, uma menina de 7 anos que passava os dias brincando na praia com sua família. O mar era parte da sua vida: ela acordava com o som das ondas e adormecia ouvindo o vento bater nas janelas da casa de madeira onde morava.
Numa manhã clara, enquanto caminhava pela areia com os pés descalços, Helena viu um grupo de pinguins que havia parado para descansar perto das pedras. Ficou observando de longe, mas, de repente, um deles se separou do bando. O animal caminhou até ela, olhando fixamente, como se já a conhecesse.
Helena parou, surpresa. O pinguim não hesitou: aproximou-se até ficar ao seu lado. Ela se abaixou devagar e estendeu a mão, e foi nesse instante que nasceu uma amizade — foi amor à primeira vista, mas de amizade pura.
Enquanto todos os outros pinguins voltaram ao mar e desapareceram, aquele permaneceu. Helena decidiu chamá-lo de Toto.
Desde esse dia, Toto nunca mais deixou a praia onde Helena morava. Ele esperava por ela todas as manhãs, corria atrás da menina quando ela brincava e descansava perto da família à beira do mar. Quando ela ria, Toto girava em círculos; quando estava triste, ele encostava o corpo nela, como se entendesse cada sentimento.
Os vizinhos passaram a comentar que nunca tinham visto algo igual: um pinguim que rejeitou o chamado de sua banda para ficar ao lado de uma criança. Helena e Toto se tornaram inseparáveis, uma cena que encantava todos que viviam na vila.
Os anos foram passando, mas a ligação entre eles só cresceu. Toto não seguiu mais nenhum grupo migratório. O mar, que sempre chamava os outros, parecia não ter forças sobre ele. Seu lugar era ao lado da menina.
E assim ficou registrada na memória de todos a história de 1951: a de uma criança e um pinguim que se encontraram por acaso na praia e escolheram, um ao outro, para nunca mais se separar.
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