A garota que não esperou ser salva ****

 

Ela tinha dezesseis anos quando um grupo de caubóis tentou forçá-la a entrar em sua carroça. A poeira subia do chão quente, o ar pesado, o céu de Oklahoma cortado como aço. Eles esperavam que ela chorasse, que implorasse, que se rendesse — como tantas outras antes dela. Um deles estendeu a mão. Outro riu. Antes que o segundo piscasse, ela puxou o gatilho. O líder tombou na terra, o maxilar despedaçado, o sangue misturando-se ao barro vermelho sob suas botas. Os outros fugiram.

Não foi sorte.

Não foi piedade.

Foi a frieza calculada de uma garota que decidiu não ser levada.

A Colt em sua mão não tremeu. Seu coração não vacilou. Quando o sol se pôs, a história já corria mais rápido que o xerife. Nos saloons, os homens baixavam a voz ao mencionar a menina que atirava primeiro, que não esperava por ajuda nem por clemência. Oklahoma estava cheia de homens duros — mas nenhum mais duro que aquela jovem com nada a perder.

Seu nome nunca precisou de cartaz de procurada, nem de um distintivo para ser lembrado. Ele vivia nos sussurros da trilha, carregado pelo vento, guardado no silêncio dos que cruzaram seu caminho e tiveram a sorte de sair vivos.

Lendas nascem e morrem depressa no velho oeste. A dela queimou rápida e feroz, como o estalo de um disparo ao cair da tarde.

E até hoje, quando o vento seco sopra pelas planícies, parece trazer consigo uma pergunta antiga —

que tipo de fogo vive dentro de uma garota que se recusa a esperar para ser salva?


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