domingo, 21 de junho de 2009

O DEVER


O dever é a obrigação moral, diante de si mesmo primeiro, e dos outros em seguida. O dever é a lei da vida; ele se encontra nos mais ínfimos detalhes, assim como nos atos elevados. Não quero falar aqui senão do dever moral, e não daquele que as profissões impõem.
Na ordem dos sentimentos, o dever é muito difícil de ser cumprido, porque se acha em antagonismo com as seduções do interesse e do coração; suas vitórias não tem testemunhos, e suas derrotas não tem repressão. O dever íntimo do homem está entregue ao seu livre arbítrio: o aguilhão da consciência, esse guardião da probidade interior, o adverte e o sustenta, mas permanece, freqüentemente, impotente diante dos sofismas da paixão. O dever do coração, fielmente observado, eleva o homem; mas, esse dever, como precisá-lo? Onde começa ele? Onde se detêm? O dever começa precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso próximo: termina no limite que não gostaríeis de ver ultrapassado em relação a vós mesmos.
Deus criou todos os homens iguais para a dor; pequenos ou grandes, ignorantes ou esclarecidos, sofrem pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue judiciosamente o mal que pode fazer. O mesmo critério não existe para o bem, infinitamente mais variado em suas expressões. A igualdade diante da dor é uma sublime previdência de Deus, que quer que seus filhos, instruídos pela experiência comum, não cometam o mal argumentando com a ignorância de seus efeitos.
O dever é o resumo prático de todas as especulações morais; é uma bravura da alma que afronta as angústias da luta; é austero e flexível; pronto a dobrar-se às diversas complicações, permanece inflexível diante de suas tentações. O homem que cumpre o seu dever ama a Deus mais que as criaturas, e as criaturas mais que a si mesmo; ele é, ao mesmo tempo, juiz e escravo em sua própria causa.
O dever é o mais belo laurel da razão; depende dela como o filho depende de sua mãe. O homem deve amar o dever, não porque o preserve dos males da vida, aos quais a humanidade não pode se subtrair, mas porque dá à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
O dever cresce e irradia sob mais elevada forma em cada uma das etapas superiores da humanidade; a obrigação moral não cessa jamais, da criatura para com Deus; ela deve refletir as virtudes do Eterno que não aceita um esboço imperfeito, porque quer que a beleza de sua obra resplandeça diante dele. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, LÁZARO, Paris, 1863)
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MENSAGEM DE ANDRÉ LUIZ

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