Emmanuel
Sem o devido culto à solidariedade na vida, indiscutivelmente, nossos passos, por mais firmes, não surpreenderiam à frente senão desequilíbrio e perturbação, desentendimento e morte. Afere-se o valor da criatura em função da sociedade em que vive. Imaginemos o senhor da mais alta fortuna terrena, relegado a plano deserto... O dono da melhor inteligência sem ouvidos que o ouçam... O pastor sem rebanho... O palácio imponente sem viv'alma que o povoe... O navio mais suntuoso navegando sem ninguém... Não adiantam a excelência e o poder, a riqueza e o destaque sem proveito. A solidariedade reside nas bases mais simples da vida, para que a vida se estenda em cânticos de alegria e glorificação. A fonte alimenta o arvoredo e o arvoredo protege a fonte, oferecendo-nos, com isso, a benção do fruto. As pedras resguardam o cimento que as reúne e o cimento equilibra as pedras que o consolidam, doando-nos o refúgio do lar. Tudo é interdependência e sustentação recíproca nos mínimos recantos da natureza, para que o homem desfrute o aprendizado da existência no corpo - breve estágio da luta - para a sublime ascensão à Imortalidade Vitoriosa. Atendamos aos impositivos da fraternidade e compreendamos que a Lei Divina, em tempo algum, nos deseja confiados ao insulamento que, no fundo, é sempre egoísmo, ainda mesmo quando nos retiremos do combate humano, a pretexto de conservar a virtude e garantir a fé. A própria família, consangüínea a que todos nós nos enquadramos, quando no mundo carnal, é uma ordem de assistência mútua. Ninguém surge na Terra, sem o carinho do berço e o berço é sempre a ternura de mãe, a desfazer-se em talentos de paz e luz. Honremos ao Senhor que nos honra com as oportunidades atuais de realização e serviço e amparando-nos, uns aos outros, de acordo com as nossas deficiências, abreviaremos nosso caminho de acesso à Felicidade Maior.
(De "Sentinelas da Luz", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos) |
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