segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Águia previdente


O caso ora narrado vem de nossas amigas e irmãs Maria Elzi Campos do Nascimento e Elzita de Melo Quinta, psicóloga e pedagoga, respectivamente, ambas de Goiânia, que ouviram da boca do próprio Chico.




Contam elas que, numa das costumeiras visitas anuais que Chico tem feito, nos últimos anos, à Colônia Santa Marta, desta capital, ao visitar um dos hansenianos, num dos humildes aposentos, registrou-se o mais interessante dos diálogos entre o Chico e o visitando, um pobre velho.



Diante da indagação do Chico, que lhe perguntou como ia passando, recebeu a resposta de que não estava bom, não, porque ele era dono de umas terras lá pelas bandas de Goiás, antiga capital do Estado, e seus filhos estavam digladiando pela posse das mesmas, enquanto ele estava ali, enfermo, sem ter condições de nada fazer para harmonizar a família.



O amoroso médium, respondendo, confortou-o com palavras de estímulo, de carinho e de otimismo, ao mesmo tempo em que relatou a seguinte história, em essência:



“Conta-se que uma águia, certa vez, depois de muito voar e voar, conseguira, por fim, apossar-se de uma presa, que seria um animal ou um naco de carne, alçando vôo para as alturas, levando consigo o desejado petisco.



Considerava-se feliz por conseguir localizar comida, pois a crise de alimentos era terrível naquele ano, em razão de vários fatores.



Mas quando se encontrava a elevada altitude, notou que águias, suas irmãs, também esfomeadas, em enorme bando, perseguiam-na, em desesperado alvoroço e incrível velocidade, de tal sorte que o risco de ser estraçalhada, juntamente com o petisco, era iminente e inevitável.



A águia, refletindo, em fração de segundos, concluiu que a única alternativa que lhe restava era deixar a presa cair de suas garras.



E assim fez.



E nem acabara de agir e aquele bando incalculável de famintas águias passou por ela, com a rapidez de um raio, ao mesmo tempo em que disputava, agressiva e vorazmente, o raro almoço.”







“Chico Xavier – Casos Inéditos”

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