quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Amparo dos Pais

Irmão Saulo




Todos os jovens precisam do amparo dos pais, embora na adolescência, em geral, a rebeldia dos filhos seja inevitável.



Uma tradição de severidade paterna, pautada pelo autoritarismo político e religioso, deu aos pais o conceito errôneo de que devem sujeitar os filhos - e particularmente os jovens - aos seus princípios e maneira de ser.



Mas os jovens trazem a sua própria personalidade e o seu próprio roteiro de vida, e justamente nessa face da adolescência estão firmando o seu eu diante do mundo.



É conhecido o problema da "crise da adolescência", sobre o qual Maurice Debesse escreveu um dos seus livros mais belos e profundos.



Mas é em René Hubert, no capítulo sobre a Psicologia da Juventude, de sua "Pedagogia Geral", que encontramos maior sintonia com os princípios espíritas.



Psicólogos e Pedagogos conhecem bem esse problema que responde pelo chamado "conflito de gerações".



Emmanuel nos dá a sua chave ao lembrar que cada espírito já traz para a Terra a sua prova e o seu roteiro de serviço, escolhidos livremente na vida espiritual segundo as suas necessidades de evolução e aprimoramento.



O amparo dos pais não pode ser dado por meio de imposição e autoritarismo, sob pena de deixar de ser amparo para se transformar em tirania.



Se o "conflito de gerações" sempre existiu no mundo, agora se mostra mais violento porque o tempo da tirania está no fim e porque a era de transição em que vivemos acentua nos jovens os anseios do futuro.



Os pais só poderão ampará-los se tiverem amor suficiente para compreendê-los e ajudá-los sem exigências.



Está é também uma hora de aprendizado para os pais.



E só o amor verdadeiro pelos filhos pode socorrê-los.



O jovem de hoje é o homem de amanhã.



Os tempos mudam e não podemos querer sujeitá-los ao nosso modelo.



Qualquer coação paterna só poderá afastá-los de casa e da família, lançando-os a meios e companhias perigosos.

A verdadeira educação é o equilíbrio entre o amor e a compreensão.


A energia paterna e a disciplina filial brotam naturalmente entre essas duas margens, fluindo como as águas de uma fonte na paisagem da vida.
(De "Na era do Espírito", de Francisco Cândido Xavier e J. Herculano Pires - Espíritos diversos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário