segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Passe

BREVE CONCEITO
Quando duas mentes se sintonizam, uma passivamente e outra ativamente, estabelece-se entre ambas, uma corrente mental cujo efeito é o de plasmar condições pelas quais o "ativo" exerce influência sobre o "passivo". 
A esse fenômeno denominamos magnetização ou passe. Assim, magnetismo é o processo pelo qual o homem, emitindo energia do seu perispírito, age sobre outro homem, bem como sobre todos os corpos animados ou inanimados.
Temos, portanto, que o passe é uma transfusão de energia do passista e/ou espírito para o receptor/assistido. Pode-se dizer que é uma transfusão fisio-psíquicas, que resulta na troca de elementos vivos e atuantes, recurso fundamental para rearmonização energética do perispírito. Podemos dizer que o passe atua diretamente sobre o perispírito, agindo de três formas diferentes:
·         Mecanismo de assepsia: na limpeza do campo vibratório do paciente para o recebimento de energias salutares. Facilitando até a maior absorção dessas energias.
·         Revitalizador: compondo as energias perdidas.
·         Dispersante: Eliminando os excessos e distribuindo de uma maneira igual os fluidos doados ao longo do campo vibratório e por todos os chacras ou centros de força.
O passe auxilia assim, na cura das enfermidades, a partir do reequílibro energético do perispírito.
CENTROS DE FORÇA OU CHACRAS
Locais especiais tanto no aspecto físico quanto espiritual, os centros de força são semelhantes aos chacras da medicina oriental, pelos quais o corpo pode absorver e usar as energias espirituais para atingir o bem-estar e elevar seu padrão vibracional e evolutivo.
A palavra "chacra", originária do sânscrito, quer dizer "roda" ou "pires" que, em seus movimentos vorticosos, forma uma depressão no centro. Portanto, seu significado etimológico é "disco giratório". Os chacras são pontos de conexão pelos quais a energia flui de um corpo a outro. Os fluxos energéticos criam vórtices ou redemoinhos, aproveitando essa entrada para atravessarem o perispírito e o duplo etérico e passarem para o organismo físico.

Inicialmente, cumpre destacar que a terapêutica espírita que denominamos em geral fluidoterapia, mencionada por Kardec em vários artigos da Revista Espírita, fundamenta-se no magnetismo desenvolvido por Mesmer, no século 18, e posteriormente por seus seguidores.

Estudiosos do magnetismo se referem ao magnetismo mineral, vegetal (polarização das plantas), animal (comum a todos os seres vivos) e humano, este último superior aos demais, pois pode ser manipulado segundo a vontade do indivíduo. A idéia de magnetismo humano corresponde com exatidão aos princípios do conceito espírita de fluido vital.

Segundo disse Kardec, os fluidos que doamos pelos passes, são absorvidos de forma mais eficaz se forem direcionados através das mãos às regiões dos plexos, que são zonas de maior concentração de terminações nervosas do corpo físico e onde estão localizados os centros de força do perispírito.
A comunicação entre os chacras acontece através de condutos conhecidos como "meridianos", por onde flui a energia vital alterada. O tamanho dos chacras depende do desenvolvimento espiritual e das vibrações que emitimos.
Lembramos ainda que, nas doutrinas orientalistas, os centros de força são principais e secundários. Os principais são aqueles que conhecemos (divergindo os autores que os citam quanto ao seu número exato), mas os secundários são citados em tais doutrinas como sendo em número muito elevado e distribuídos por todo o corpo energético (coincidindo com o conceito de “poros espirituais”, citado por Kardec, que não cita expressamente os centros de força). É a base da acupuntura e outras terapias, que inclusive trabalham com os centros secundários localizados em várias regiões.
Então, considerando que são sete o número de chacras mais importantes, temos: coronário, frontal, laríngeo, cardíaco, esplênico, gástrico e genésico.

Chacra Coronário

Situado no alto da cabeça e conhecido entre os hindus como "lótus de mil pétalas", o chacra coronário se relaciona materialmente com a epífise, possui 960 raios principais e um centro menor em turbilhão colorido, apresentando 12 ondulações ou raios. É o chacra mais importante, pois nos liga com o plano espiritual e é através dele que captamos as energias espirituais, além de ser o centro de forças de maior potencial e radiação, responsável por sediar a consciência do espírito.

Chacra Frontal

O chacra frontal fica entre os olhos, tem 96 raios e se relaciona com os lobos frontais do cérebro e a hipófise pituitária. É o chacra dos sentidos, atuando diretamente sobre a hipófise e, também, na área do raciocínio e da visão. Por isso, diz-se que ele é o responsável direto pelo funcionamento dos centros superiores intelectivos, bem como do sistema nervoso central. É também um dos chacras responsáveis pela vidência e intuição no campo da medi unidade, já que, através dele, emitimos nossa energia mental e possui mos o comando dos poderes psíquicos. Quando abundante de fluido vital e em boa atividade com os outros chacras, confere ao homem encarnado e desencarnado a faculdade de aumentar ou diminuir seu poder visual.

Chacra Laríngeo

O chacra laríngeo, situado à altura da garganta, possui 16 raios e se relaciona com o plexo cervical, sendo responsável pela saúde das áreas fonéticas e auditivas, vias respiratórias e certas glândulas endócrinas. Suas mais importantes funções são sustentar e controlar as atividades vitais e o funcionamento das glândulas timo-tireóide e paratireóide, estabilizando definitivamente a voz da criatura após a puberdade. É um chacra que influi bastante nos demais centros de forças e nos plexos nervosos do organismo humano, pois o ato da materialização das idéias através da fonética é um fenômeno que concentra todas as forças etéreo-magnéticas do perispírito, atuando em vigorosa sintonia com os demais centros energéticos reguladores das funções orgânicas. Além disso, permite que os espíritos transmitam mensagens psicofônicas por seus canais.

Chacra Cardíaco

Responsável pelo equilíbrio, intercâmbio e controle da emotividade, o chacra cardíaco está localizado na região do coração, possui 12 raios e sua função é permitir o fluxo das informações sentimentais e emotivas. Estando em equilíbrio, esse chacra permite à pessoa ser muito lúcida em seus sentimentos e suas emoções, confirmando a velha tradição de que estes são gerados no coração do homem. Quando é bem desenvolvido, ele favorece a consciência ou a percepção instantânea das emoções e intenções alheias.

Chacra Esplênico

Ligado materialmente ao baço e formado por 10 raios, o chacra esplênico é a principal porta de entrada de energia vital, além de regular tanto a distribuição e circulação dos recursos vitais como a formação e reposição das defesas orgânicas através do sangue. É o mais importante centro energético de vitalização do corpo físico. Quando nos desvitalizamos, sentindo-nos fracos, isso indica que este chacra está com mau funcionamento. As pessoas que tem o chacra esplênico embotado são muito nervosas, incomodam-se com tudo, além de serem vampiros de energia, pois não conseguem se energizar sozinhas. Ele é importante também para os médiuns que dão passes magnéticos, pois parte dos fluidos provém de nossa vitalidade. Pessoas que têm o chacra esplênico muito desenvolvido podem ser médiuns curadores.

Chacra Gástrico

O chacra gástrico possui seis raios e se localiza na altura do umbigo. De natureza rudimentar, é responsável pela assimilação e metabolização dos alimentos que o homem ingere, pelo funcionamento do aparelho digestivo, pela assimilação de elementos nutritivos e pela reposição de fluidos em nossa estrutura física. Quando este chacra é muito desenvolvido, o homem aumenta sua percepção das sensações alheias, pois adquire um tato instintivo ou uma sensibilidade espiritual incomum que o faz perceber todas as emanações hostis existentes no ambiente onde atua e, também, as vibrações afetivas que pairam no ar.

Chacra Genésico

Por fim, temos o chacra genésico, que possui quatro raios e está situado na base da espinha dorsal, sobre a região sacra. Responsável pelos órgãos de reprodução e emoções sexuais, atua sobre a coluna vertebral, sistema central e periférico e em todo o aparelho urinário e reprodutor. Este chacra é o mais primitivo e singelo de todos em sua manifestação, um dos principais modeladores das formas e dos estímulos da vida orgânica. A pessoa que abrir o chacra genésico prematuramente dará entrada a uma torrente de energia tão poderosa que irá alimentar todas as paixões e os desmandos, o orgulho poderá explodir e o recalque sensual dominará de tal maneira que realizará os piores caprichos e ações sobre o próximo. Em desequilíbrio, pode levar o homem à loucura, pois sua ação muito forte acirra o desejo sexual, semeando a satisfação aberrativa. A energia vitalizante não utilizada nas emoções sexuais superiores e no desenvolvimento do intelecto deve ser aproveitada na prática de esportes, com o intuito de não causar distúrbios sexuais inferiores e não ativar maus sentimentos.

TIPOS DE PASSES

Os passes podem ser classificados em três categorias: Passe magnético, Passe espiritual e Passe misto.

a) Passe magnético

É um tipo de passe em que a pessoa doa apenas seus fluidos, utilizando a força magnética existente no próprio corpo. Pelo menos em tese, qualquer criatura pode ministrá-lo (como a ciência tem comprovado através dos trabalhos no campo do Magnetismo Animal). No caso do homem, as qualidades magnéticas desta transferência de energia variam segundo a condição moral do passista, sua capacidade de doar fluidos e seu desejo sincero de amparar o próximo.
No passe magnético, geralmente se recebe assistência espiritual. Isso acontece porque os Espíritos superiores sempre ajudam aqueles que, imbuídos de boa vontade, atendem aos mais carentes.
Lembramos aqui, que o socorro dos Benfeitores é independente da crença que o passista ou magnetizador possa ter em Deus ou na Espiritualidade. Os Espíritos disseram a Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns", questão 176 :

"...muito embora uma pessoa desejosa de fazer o bem não acredite em Deus, Deus acredita nela".

b) Passe espiritual

É uma espécie de magnetização feita pelos bons Espíritos, sem intermediários, diretamente no perispírito das pessoas enfermas ou perturbadas. No passe espiritual o necessitado não recebe fluidos magnéticos de médiuns, mas outros, mais finos e puros, trazidos dos planos superiores da Vida, pelo Espírito que veio assisti-lo.
Pelo fato de não estar misturado ao fluido animalizado, o passe espiritual é bem mais limitado que as outras modalidades de passes. Com isso, pode-se compreender que os recursos oferecidos nas reuniões públicas de Espiritismo, onde participam grande quantidade de encarnados e Espíritos desencarnados, são bem maiores do que aqueles que podemos contar em nossas residências, só com a ajuda do anjo guardião.

c) Passe misto

É uma modalidade de passe onde se misturam os fluidos do passista com os da Espiritualidade. A combinação é muito maior do que no passe puramente magnético e seus efeitos bem mais salutares. Este é o tipo de passe que é aplicado nos centros espíritas, contando com a ajuda de equipes espirituais que trabalham nessa área, para ajuda dos necessitados.
Os benfeitores espirituais trabalham no momento do passe, atendendo aos encarnados e também ministrando eficiente socorro às entidades do plano espiritual. Eles agem aumentando, dirigindo e qualificando nossos fluidos.
Mas para que se possa contar sempre com a ajuda dos bons Espíritos, é necessário observar os cuidados sobre a depuração íntima de cada um dos que estão imbuídos do desejo de fazer o bem.

"...Para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis; desde que esses fluidos benéficos são dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter. Por isto a prece e a evocação são necessárias. Mas para orar e, sobretudo, orar com fervor, é preciso fé. Para que a prece seja escutada é preciso que seja feita com humildade e dilatada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse" - (Allan Kardec - Revista Espírita, Janeiro, 1864).
OS PRECURSORES DO MAGNETISMO DE CURA
Para compreendermos de maneira diferenciada, vejamos alguns dos principais precursores, na história do magnetismo e do passe.
·         PARACELSO - (1493-1541)
Personalidade que causava muita polêmica em sua época, o médico suíço Paracelso é visto hoje em dia como o precursor da medicina holística. A visão da saúde como o equilíbrio energético do corpo, a importância da fé na cura e a interrelação entre o homem e tudo o que o cerca são apenas alguns dos conceitos elaborados por ele há cerca de 5OO anos.
Médico, Alquismista, Físico e Astrólogo, seu verdadeiro nome era Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim. Para ele a NATUREZA era a autoridade suprema e que nela dever-se-ia buscar todas as verdades, porque a natureza, diferentemente do homem, não comete erros.
Mostrava que o mundo natural é algo mais daquilo que se pode ver com os olhos, sentir com as mãos, pesar ou medir. Em suas palavras: "O visível esconde o invisível, mas apesar disso conseguimos o invisível apenas através do visível". Assim, as coisas não são simples pedaços de matéria inerte: possuem propriedades ocultas que se fundamentam em um mundo invisível.
Acreditava em uma energia de cura que irradiava dentro e envolvia o homem como uma esfera luminosa. Esta força, que ele denominou "archaeus", podia funcionar à distância e era capaz de criar e curar doenças. Também disse que as estrelas e outros corpos, especialmente magnéticos, podem influenciar o homem por meio de sua força, que penetra todo o espaço. Foi essa teoria que ficou conhecida como magnética ou sistema simpático da medicina, que é a base da cura magnética. Paracelso já dizia: “se dado em pequenas doses, o que faz um homem doente também o cura”.
Então, com base nestes conceitos, afirmava que o homem emite e recebe vibrações, podendo então emitir ou receber boas ou más vibrações.
Paracelso foi um dos principais precursores do estudo do magnetismo animal. Ele aplicava suas idéias à medicina afirmando que "o primeiro médico do homem é Deus", autor da saúde, já que "o corpo não é mais que a casa da alma".
·         VAN HELMONT - (1577-1644)
Jan Baptista van Helmont, projetou nova luz sobre o magnetismo animal, tendo sido o mais importante continuador e discípulo de Paracelso.
Destacou clara distinção entre o que chamava magnetismo animal proveniente do corpo físico do homem (exterior), e as vibrações que emanavam do "homem interior", de suas forças espirituais.
Certa feita, respondendo a um jesuíta a crítica de atribuir ao demônio as curas efetuadas por Paracelso, expressou que os teólogos deveriam se ocupar com as causas divinas e os naturalistas com as causas da natureza, porque a natureza não havia escolhido os teólogos como seus intérpretes, e sim os seus filhos, os físicos e naturalistas.
Afirmava Van Helmont, que os espíritos eram ministros do magnetismo.
·         MESMER - (1734-1815)
Franz Anton Mesmer nasceu em Well, Áustria, em 1733. Criador da filosofia do mesmerismo, é considerado o pai do magnetismo animal.

Antes de cursar medicina na Universidade de Vime, onde se formou médico, estudou filosofia, direito e teologia em Ingolstadt. Freqüentava constantemente círculos ocultistas, locais onde obteve muitos conhecimentos alquímicos. Estudou profundamente a vida e a obra do Dr. Paracelso.
Sua teoria tinha como base a sua tese de doutorado apresentada em Viena em 1776 denominada "De Influxo Planetarum In Corpus Humanum", que descrevia a influência dos planetas por intermédio de um fluido universal com poderes magnéticos sobre a matéria viva, o que gerou muitas polêmicas em torno do assunto. Descrevia também o magnetismo animal, que existiria em duas formas opostas e tenderia a emanar dos lados direito e esquerdo do corpo humano, explicando que a cura das enfermidades consistia na restauração do equilíbrio ou harmonia alteradas entre os dois fluidos. Com base nestas teorias, Mesmer construiu sua técnica terapêutica, utilizando a fixação dos olhos e os passes com as mãos.
Em seus trabalhos expunha e descrevia que um princípio imponderável atuava sobre os corpos; que em todo organismo vivente existe um fluido magnético, no qual circula uma força especial animando tanto o mundo orgânico como o inorgânico; que esse fluido se transmite, podendo revigorar os corpos debilitados; que as pessoas dotadas de grande vitalidade podem transmitir essa energia aos outros, se souberem dirigir essa mesma energia, utilizando as mãos.
Sobre as forças vitais, Mesmer apoiou-se em Willian Maxwell, que em 1676, na sua obra "Medicina Magnética", afirma que a alma humana não está contida dentro dos limites do corpo e atua fora dele; que o corpo humano emite radiações, compostas de elementos imateriais, que são os veículos que transmitem a ação da alma e que contém forças vitais.
Mesmer assegurava que dirigindo esse fluido segundo métodos corretos, poder-se-ia "curar as doenças dos nervos e imediatamente  outras" e que "a arte de curar chegaria assim à sua perfeição última". Dizia também que o organismo como um todo, age como elemento sensível e captor das energias fluídicas e qualquer desequilíbrio rompendo a harmonia entre o homem e o todo, gera a doença.
Dessa forma, acrescentava, não haveria senão uma única doença, sob múltiplos aspectos, como, similarmente, não haveria senão um único remédio para todos os males: o magnetismo.
·         ROBERT FLUDD – (1629)
Ocultista inglês, nasceu na cidade de Milgate, Kent, em 1574. Sua vida foi fortemente ligada ao esoterismo. Estudou artes em Oxford, no Saint John the Baptist College, e medicina no College of Physicians de Londres. Era um cientista experimentador e muitas curas "maravilhosas" foram atribuidas a sua pessoa. Afirmou haver obtido curas com água magnetizada.
Fludd entrou para história como o mais representativo dos ingleses praticantes da medicina mística (ou ocultista), publicando um livro de nome comprido: "Apologia Compediaria Fraternitatem de Rosea Crucis Suspicionis et Infamiae Maculis Aspersam, veritates quaesi Fluctibus abluens et abstergens", em 1616, uma apologia defendendo os rosa-cruzes.
·         PETÉTIN – (1744 – 1808)
Em 1787, o dr. Jacques Henri Désiré Petétin (1744-1808), de Lyon, descobriu como levar um paciente hipnotizado ao transe cataléptico. Em sua obra, "Electricité Animal" (1808), ele comunica ter observado, nas suas experiências com a catalepsia, pacientes a manifestarem impressionantes faculdades "paranormais". Entre os fenómenos estranhos observados, assinala-se a transposição dos sentidos. Alguns pacientes em estado cataléptico pareciam surdos quando a voz era dirigida aos seus ouvidos. Entretanto, ouviam perfeitamente bem se as palavras lhes eram sussurradas ao nível do estômago. O mesmo facto ocorria com relação à visão. O sujeito mostrava-se capaz de "ver" com a região correspondente ao estômago, o mesmo ocorrendo com os outros sentidos, os quais pareciam transpostos para aquela região. Outras vezes os sentidos sofriam uma transposição diferente, para a ponta dos dedos da mão ou dos pés, por exemplo.
A TÉCNICA DO PASSE ESPÍRITA

Há uma certa discussão no meio espírita sobre como deveria ser aplicado o passe. Alguns defendem a tese de que os passes deveriam ser ministrados movimentando-se as mãos ao redor do corpo do indivíduo, de modo que as energias espirituais pudessem melhor atingir seus objetivos de cura, conforme as orientações inspiradas pelos estudos de Mesmer. Outros, acham que o ato de apenas impor as mãos sobre a cabeça de quem vai receber o passe já é suficiente.
André Luiz nos informa em "Conduta Espírita" que o passe dispensa qualquer recurso espetacular.
José Herculano Pires, no livro "Mediunidade", diz que o passe é tão simples que não se pode fazer nada mais do que dá-lo.

Allan Kardec, referindo-se ao assunto na Revista Espírita, número de Setembro de 1865, diz aos médiuns que: "Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela forma. Às vezes, mesmo, a isto misturam práticas evidentemente supersticiosas, às quais se deve emprestar o valor que merecem".

Oficialmente, a Doutrina Espírita não prescreve uma metodologia para o passe. Cada grupo é livre para se posicionar de um modo ou de outro, desde que sem exageros. A técnica deve ser o mais simples possível, evitando-se fórmulas, exageros e gesticulação em torno do paciente. Cada grupo deve ter o bom senso de trabalhar da forma que achar mais conveniente desde que dentro de uma fundamentação doutrinária lógica.
O que é preciso levar em conta é que nenhuma das duas formas de aplicar o passe surtirá efeito se o médium não tiver dentro de si a vontade de ajudar e condições morais salutares para concretizá-lo. Mesmo que se aplique a melhor metodologia, não se conseguirão bons resultados se o passista for pessoa de má índole.

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