Futuro

"Contempla os que passam, vaidosos sem saberem utilizar, construtivamente, os favores da  fortuna. Habituaram-se tanto às enganosas vantagens da moeda abundante que perderam o senso íntimo..."


NA CONSTRUÇÃO  DO  FUTURO
Emmanuel
 
“Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo...” - JESUS - João, 18: 36.
 
Esperavas pelos irmãos do caminho a fim de te entregares a construção da Terra melhor e quedas-te, muita vez, em amargoso desalento porque tardem a vir.
Observa, porém, a estrada longa da evolução, para que o entendimento te pacifique.
Milhares deles são corações de pensamento verde que te rogam apoio e outros muitos seguem trilha adiante, inibidos- por névoas interiores que desconhecem.
 
Repara os que se renderam às lágrimas excessivas.
Choraram tanto que turvaram os olhos não mais divisando os companheiros infinitamente mais desditosos a lhes suplicarem auxilio nas vascas da aflição.
 
Contempla os que passam, vaidosos sem saberem utilizar, construtivamente, os favores da  fortuna.
Habituaram-se tanto às enganosas vantagens da moeda abundante que perderam o senso íntimo.
 
Enumera os que se embriagam de poder transitório.
Abusaram  tanto da autoridade que caíram na exaltação da paranóia sem darem conta disso.
 
Relaciona os que asseveram amar, transformando a afetividade no egoísmo envolvente.
Apaixonaram-se tanto por criaturas e cousas, cultivando exigências, que deliram positivamente sem perceber.
 
Anota os que avançam, hipnotizados pelas dignidades que receberam  do mundo.
Fascinaram-se tanto pelas honras exteriores que olvidaram os semelhantes a quem lhes compete o dever de servir.
 
Nenhum deles atrasou por maldade.
Foram vitimas da ilusão que, frequentemente, se agiganta qual imenso nevoeiro na periferia da vida, mas regressarão depois à verdade triunfante para atenderem as tarefas que realizas.
 
Para todos eles que ainda não conseguiram chegar à grande renovação é compreensível o adiamento do trabalho a fazer.
Entretanto, nada nos justificaria desânimo ou deserção na obra do Cristo, porque embora estejamos consideravelmente distantes da sublimação necessária, transportamos conosco o raciocínio lúcido e libertado no sustento da fé.
 
(Da obra "Livro da Esperança", Emmanuel, Francisco Cândido Xavier)

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