Páginas

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Amor e o Perdão

EXERCITANDO O AMOR
   Não estamos expondo ao leitor apenas uma teoria, mas sim, uma verdade comprovada por fatos colhidos ao longo de muitos anos em contato com os problemas humanos. Por isso, podemos afirmar, com segurança, que a grande maioria dos problemas que fazem o ser humano sofrer são oriundos de sentimentos desequilibrados.
   Quando falamos em sentimentos, não estamos nos referindo ao sentimentalismo, mas sim, aos verdadeiros sentimentos que o ser humano precisa desenvolver para poder desfrutar da verdadeira felicidade.
    Sentir, todos sentimos, porém, cada qual ao seu modo. O importante, no sentir, é saber por que sentimos.
    Quando se pergunta: Por que você ama? Logo vem a resposta:
    Não sei! O amor é cego!
   Esse conceito é errôneo; na verdade, o amor não é cego. As pessoas que amam por impulso é que são cegas e esse sentimento que dizem ser amor nada mais é do que paixão. Esta sim, é cega! Faz-nos iludir com as aparências para depois desiludir-nos com a realidade. Por isso, cresce o número de separações e divórcios no mundo. Todos os dias vemos esse sentimento equivocado que parecia um grande amor se transformar em ódio.
   O verdadeiro amor é um conjunto de sentimentos que sobrevive a tudo! Inclusive à paixão! O amor é perdão, compreensão e renúncia. Sem esses ingredientes, não existe o amor.
    Este é o amor que precisamos desenvolver!
   Não perdoar os erros humanos cometidos pela ignorância é o mesmo que não perdoar as crianças por não se comportarem como adultos. A vida é a grande pedagoga! Todos os dias, através de circunstâncias que fogem ao nosso controle, ela nos ensina a caminharmos na direção do amor ideal.
   Os desencontros, a ingratidão e as decepções são materiais didáticos que nos proporcionam a oportunidade de ensaiarmos esse amor. Não existe o amor à primeira vista. Quando duas pessoas se encontram e imediatamente surge entre elas um amor verdadeiro, esse amor não nasceu naquele momento, com certeza, foi construído algum dia no passado.
  Ao contrário da paixão, o verdadeiro amor transcende as aparências e supera os obstáculos, consolidando-se em uma convivência feliz, apesar de toda a adversidade que possa enfrentar.
  Aqueles que amam de verdade se realizam quando conseguem promover a felicidade de quem ama.
  O verdadeiro amor coloca, acima dos próprios direitos, os direitos da pessoa amada. Um amor desse porte, nada pode destruí-lo; ele supera o orgulho e todas as paixões que possam prejudicá-lo. É esse amor que se perpetua na eternidade! Supera os interesses materiais e físicos, para consolidar-se no espírito eterno.
  Estamos falando do amor entre um homem e uma mulher, mas é esse mesmo amor que um dia vai prevalecer entre todas as criaturas. Por isso, podemos afirmar, com segurança, que o casamento e a constituição da família compõem valioso laboratório para desenvolvê-lo.
  É na convivência domiciliar de uma família que acontecem os reencontros mais importantes entre os espíritos em evolução. Na maioria dos casos, são espíritos que se reúnem para exercitarem entre si o perdão, a fim de apagarem as marcas dos desencontros e conflitos vividos em encarnações passadas. É esse convívio, muitas vezes difícil, que, se bem compreendido, pode levar os espíritos envolvidos à consolidação do verdadeiro amor. Para isso, entretanto, é necessário muita compreensão, tolerância e o exercício constante do perdão.
  Certa ocasião, uma senhora procurou-me. Estava aflita. Seu filho de dezoito anos saíra de casa pela terceira vez. Só que, desta vez, fazia dez dias e ele ainda não havia retornado. Desabafou:
  – Eu não sei se devo ir à polícia ou procurá-lo nos hospitais; estou desesperada.
  Durante o momento em que ela desabafava, o amigo espiritual que me assistia naquela ocasião informou-me que o rapaz estava bem e que ele sofria de uma aversão pela mãe. Tornava-se necessário apagar certos registros existentes no seu subconsciente. Eu a orientei:
  – Não se preocupe, seu filho está bem e vai voltar. Mas é preciso que a senhora colabore com os seus pensamentos. Todos os dias, converse mentalmente com ele; use a sua imaginação para abraçá-lo como se estivesse presente ao diálogo. Diga-lhe que o ama muito. Peça perdão por possíveis erros cometidos em outras vidas contra ele. Use de palavras firmes e sinceras, faça-o sentir que você precisa dele e ele de você.
  Passados alguns dias, o rapaz retornou para casa e abraçou-a como nunca o fizera antes. Chorou muito e confessou-lhe que sentia alguma coisa que o distanciava dela. Era um sentimento que não sabia explicar. Sentia uma vontade constante de ficar longe, mas desta vez percebeu que, apesar de tudo, ele deveria aprender a amá-la.
  A partir daí, os dois passaram a desfrutar de uma convivência feliz. Todas as noites ela continua praticando a reconciliação mental. Hoje ela sente que passou a amar ainda mais o seu filho.
  O problema desta mãe e deste filho é igual a muitos que existem por aí no seio das famílias, cuja solução está nas próprias pessoas envolvidas. Mães cujos filhos se revelam desde cedo rebeldes, além de corrigi-los energicamente, usem da vossa mente para gravar, no subconsciente deles, as responsabilidades que a própria vida nos impõe e as quais devemos cumprir e respeitar. No caso de aversão espontânea revelada desde cedo, faça como a nossa irmã que reconquistou seu filho. Trabalhe o amor e o perdão no seu subconsciente .

Nenhum comentário:

Postar um comentário