NATANAEL
do livro Pedaço de Estrela de Nelson Moraes
Natanael era um cristão sincero, apegado em demasia à letra. Não entendia os homens, achava que todos estavam condenados ao inferno e, somente aqueles que participavam da sua fé é que seriam salvos. Certa noite, indignado com o mundo, porém vivendo um momento de sincera emoção, começou a conversar com Jesus:
– Senhor... Hoje é Natal! Afirmam os homens que é a festa máxima da Cristandade entretanto, Senhor, ainda agora antes do anoitecer, caminhei pelas ruas da cidade e observei que todas estão enfeitadas com ricos adornos coloridos, mas nenhum lembrou-me Você. Contemplei as vitrinas exuberantes exibindo o supérfluo do mundo! Li belíssimos cartazes, mas nenhum falava de Você.
Visitei os lares em festa, esperando em meio a alegria encontrá-Lo homenageado, porém, entre os vinhos e licores o convidado mais importante, era um peru recheado.
Triste, continuei minha jornada pisando a calçada recoberta de pedaços de papel, denunciando o desperdício de um mundo que trocou Você pelo "Papai Noel".
Desanimado, sentei-me sob este viaduto onde contemplo o contraste e a ironia dos homens... Nas ruas a corrida em busca do supérfluo, nos lares o desperdício das mesas lautas, aqui entre os trapos e as feridas que os consomem, homens, mulheres e crianças, sofrem a falta do mínimo necessário.
Diga-me, Senhor, onde está a festa máxima da cristandade?
Naquele instante ouviu uma voz falando-lhe ao coração:
– Natanael... Porque condena os homens?
Emocionado respondeu:
– Mestre, eles blasfemam neste dia santo, e não Lhe oferecem festa digna.
– E qual é a festa que você me oferece? – perguntou-lhe Jesus.
– Todos os dias cultuo o Seu nome estudando as escrituras sagradas!
Afirmou cheio de convicção.
– Natanael... Os homens que você condena estão embriagados pelas ilusões do mundo, e você está embriagado pelas ilusões da fé sem raciocínio. A minha festa acontece todos os dias desde o tempo dos apóstolos.
Confuso, Natanael perguntou:
– Senhor, diga-me onde?
O Mestre respondeu-lhe:
– Onde estiver alguém servindo ao seu próximo em meu nome, ali meu coração estará em festa, agora mesmo ele se regozija, pois estamos em meio a uma festa máxima da cristandade.
Sem compreender ainda, tomado de forte emoção, Natanael virou-se para traz como a procurar alguma festividade. Surpreso, viu um grupo de pessoas distribuindo carinhosamente alimentos e agasalhos para os pobres desvalidos sob aquele viaduto. Tímido e chorando muito demonstrando que entendeu a lição, aproximou-se do grupo e ofereceu-se para ajudar. No momento em que auxiliava uma senhora a fazer um curativo na perna de um ancião, ouviu a voz do Mestre ecoando em sua consciência:
" Natanael... Aquilo que fizerdes a um de meus pequeninos, a mim o fareis."
Natanael era um cristão sincero, apegado em demasia à letra. Não entendia os homens, achava que todos estavam condenados ao inferno e, somente aqueles que participavam da sua fé é que seriam salvos. Certa noite, indignado com o mundo, porém vivendo um momento de sincera emoção, começou a conversar com Jesus:
– Senhor... Hoje é Natal! Afirmam os homens que é a festa máxima da Cristandade entretanto, Senhor, ainda agora antes do anoitecer, caminhei pelas ruas da cidade e observei que todas estão enfeitadas com ricos adornos coloridos, mas nenhum lembrou-me Você. Contemplei as vitrinas exuberantes exibindo o supérfluo do mundo! Li belíssimos cartazes, mas nenhum falava de Você.
Visitei os lares em festa, esperando em meio a alegria encontrá-Lo homenageado, porém, entre os vinhos e licores o convidado mais importante, era um peru recheado.
Triste, continuei minha jornada pisando a calçada recoberta de pedaços de papel, denunciando o desperdício de um mundo que trocou Você pelo "Papai Noel".
Desanimado, sentei-me sob este viaduto onde contemplo o contraste e a ironia dos homens... Nas ruas a corrida em busca do supérfluo, nos lares o desperdício das mesas lautas, aqui entre os trapos e as feridas que os consomem, homens, mulheres e crianças, sofrem a falta do mínimo necessário.
Diga-me, Senhor, onde está a festa máxima da cristandade?
Naquele instante ouviu uma voz falando-lhe ao coração:
– Natanael... Porque condena os homens?
Emocionado respondeu:
– Mestre, eles blasfemam neste dia santo, e não Lhe oferecem festa digna.
– E qual é a festa que você me oferece? – perguntou-lhe Jesus.
– Todos os dias cultuo o Seu nome estudando as escrituras sagradas!
Afirmou cheio de convicção.
– Natanael... Os homens que você condena estão embriagados pelas ilusões do mundo, e você está embriagado pelas ilusões da fé sem raciocínio. A minha festa acontece todos os dias desde o tempo dos apóstolos.
Confuso, Natanael perguntou:
– Senhor, diga-me onde?
O Mestre respondeu-lhe:
– Onde estiver alguém servindo ao seu próximo em meu nome, ali meu coração estará em festa, agora mesmo ele se regozija, pois estamos em meio a uma festa máxima da cristandade.
Sem compreender ainda, tomado de forte emoção, Natanael virou-se para traz como a procurar alguma festividade. Surpreso, viu um grupo de pessoas distribuindo carinhosamente alimentos e agasalhos para os pobres desvalidos sob aquele viaduto. Tímido e chorando muito demonstrando que entendeu a lição, aproximou-se do grupo e ofereceu-se para ajudar. No momento em que auxiliava uma senhora a fazer um curativo na perna de um ancião, ouviu a voz do Mestre ecoando em sua consciência:
" Natanael... Aquilo que fizerdes a um de meus pequeninos, a mim o fareis."
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