domingo, 27 de fevereiro de 2011

Reconhecimento Profundo

Sempre quando observo o céu coroado de estrelas, recordo-me das suaves canções que você cantava enquanto eu adormecia no seu colo, mãezinha querida, exaltando os astros.
Toda vez que me detenho a observar as flores na quadra primaveril, retornam à minha mente as suas ternas palavras de exaltação a Deus e à vida.
Quando me defronto com qualquer forma de sofrimento e sinto o ânimo diminuir, volvem-me à lembrança as sérias advertências com que você me ensinava a enfrentar as dificuldades, elucidando-me que todas elas têm por objetivo desenvolver os valores morais adormecidos no indivíduo.
No relicário da minha memória estão impressos todos os momentos em que ambas, sonhando e sorrindo, nos abraçávamos, buscando amparar-nos reciprocamente, e você, na condição de anjo miraculoso ensinava-me a resolver todos os problemas, demonstrando que as dificuldades são mais filhas da acomodação do que da realidade.
Repasso pela tela das evocações as lições preciosas com que você enriqueceu a minha existência e comovo-me com a sua sabedoria, feita de amor e de experiências.
Você soube renunciar a mil prazeres para estar com a sua filhinha dependente e necessitada, enquanto outras mulheres buscavam a futilidade e o passatempo.
No seu vocabulário não haviam essas palavras e você sabia preencher todas as horas com trabalho, alegria de viver e cumprimento dos deveres que lhe diziam respeito.
No seu exemplo eu me fortaleci para os inevitáveis desafios existenciais, e cresci confiante em Deus e nas possibilidades de ação que nos estão ao alcance, todas elas, inclusive as que se expressam como sofrimento, portadoras de finalidades iluminativas.
Compreendi que a vida tem um sentido psicológico profundo, que diz respeito à autorrealização e ao desenvolvimento do amor que se deve expandir em direção do próximo e de todos os seres sencientes.
Hoje, quando também sou mãe, tenho a dimensão da sua grandeza e dos seus esforços para superar os limites naturais da existência, tornando-se a gigante da dedicação e do bem.
A maternidade, sem dúvida, é suprema dádiva de Deus para a construção do mundo realmente feliz.
No lar, recordo-me, está a sociedade em miniatura, como você dizia, na qual treinamos fraternidade e tolerância, de modo que os enfrentamentos podem sempre ser coroados de bondade e de compaixão, evitando a destruição e o crime.
Quando a sociedade atinge a mais alta expressão de tecnologia de ponta e de ciência aplicada ao bem e ao progresso, infelizmente a maternidade vê-se relegada a um plano secundário, em face do egoísmo da mulher que deseja realizar-se fora do lar, competir no mercado de trabalho com os homens, lutar em favor dos seus direitos, o que, aliás, é justo, deixando, porém, em abandono o sagrado compromisso da procriação.
...E quando ocorre tornar-se mãe, delega a pessoas remuneradas, que nem sempre amam, os deveres que lhe são impostos pelas leis da vida, tornando-se fornecedora ao invés de ser segurança e felicidade.
Como resultado, temos hoje os filhos órfãos de pais vivos, adotados pelos traficantes de drogas e pela violência de todo jaez, constituindo uma juventude atormentada e infeliz que se atira às paixões consumptoras, em espetáculos deprimentes ou selvagens, demonstrando a dor que experimentam pela falta do carinho que somente o lar e a maternidade podem oferecer.
A onda de loucura e de irresponsabilidade aumenta o desequilíbrio da sociedade que aborta e tenta legalizar o crime, em nome dos mentirosos direitos que a mulher possui sobre o seu corpo, sem dar-se conta que o novo corpo que nela se encontra não é de sua propriedade e necessita de viver...
Enquanto a maternidade estiver ultrajada ou relegada ao esquecimento a sociedade se encontrará sem orientação nem esperança de felicidade, porque o lar é o divino instituto da educação sob a segura diretriz do amor de mãe, insubstituível em toda a sua dimensão.
Desse modo, mãezinha querida, homenageio-a todos os dias, cantando hinos de amor à sua memória e procurando, embora palidamente, agir como você na educação dos meus filhos, os rebentos de carne com que os Céus dignificam a Terra, no momento da grande transição que se opera...
Deus a guarde nesse zimbório de estrelas diamantinas, em que você intercederá pelas mães da atualidade, a fim de que adquiram consciência dos seus deveres impostergáveis.
Anália Franco
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na tarde de 1º de abril de 2009, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.
Em 10.04.2009

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