I) Apontamentos:
Jesus se nos oferece um padrão de HUMANIDADE que podemos pretender vivenciar.
Ninguém foi tão humano, tão humanista, e tão humanitário quanto O Cristo.
A "Divindade" de Jesus é para nós inatingível, por ora.
Ele não veio nos apresentar Sua condição de Espírito Puro por padrão a ser atingido, posto que isso seria deveras intimidador para nós, espíritos ainda tão imperfeitos.
A figura do “ser humano” Jesus de Nazaré é altamente cativante e inspiradora.
E para fazer-nos compreender esse ponto de vista, Jesus, ao referir-se a si mesmo, substituiu o título do Messias - "O Filho do Deus Altíssimo" - pela expressão: "O Filho do Homem".
Dessa forma, o “Filho do Deus Altíssimo” faz-se o “Filho do Homem”, e ensinando-nos a viver nossa condição humana em plenitude, conduz a todos nós – que efetivamente somos “filhos do homens” a alçarmos a condição de “Filhos do Deus Altíssimo”.
II) Abaixo, a pergunta 625 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na edição francesa:
625. Qual é o tipo mais perfeito que Deus tenha oferecido ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?
“Vede Jesus.”
“Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que a Humanidade PODE PRETENDER na Terra.” [...]
III) O Guia real
Na procura de orientação para a conquista da felicidade suprema, com base na alegria santificante, lembra-te de que não podes encontrar a diretriz integral entre aqueles que te comungam a experiência terrestre.
Nem na tribuna dos grandes filósofos.
Nem no suor dos pioneiros da evolução.
Nem na retorta dos cientistas eméritos.
Nem no trabalho dos pesquisadores ilustres.
Nem na cátedra dos professores distintos.
Nem na veste dos sacerdotes abnegados.
Nem no bastão dos pastores experientes.
Nem no apelo dos porta-vozes de reivindicações coletivas.
Nem nas orientações dos administradores mais dignos.
Nem nos decretos dos legisladores mais nobres.
Nem no verbo flamejante dos advogados do povo.
Nem na palavra dos juizes corretos.
Nem na pena dos escritores enobrecidos.
Nem na força dos condutores da multidão.
Nem no grito contagioso dos revolucionários sublimes.
Nem nas arcas dos filantropos generosos.
Nem na frase incisiva dos pregadores ardentes.
Nem na mensagem reconfortante dos benfeitores desencarnados.
Em todos, surpreenderás, em maior ou menor porção, defeito e virtude, fealdade e beleza, acertos e desacertos, sombras e luzes.
Cada um deles algo te ensina, beneficiando-te de algum modo; contudo, igualmente caminham, vencendo com dificuldade a si mesmos... Cada um é credor de nossa gratidão e de nosso respeito pelo amor e pela cultura que espalha, mas no campo da Humanidade só existe um orientador completo e irrepreensível.
Tendo nascido na palha, para doar-nos a glória da vida simples, expirou numa cruz pelo bem de todos, a fim de mostrar-nos o trilho da eterna ressurreição.
Sendo anjo, fez-se homem para ajudar, e, sem cofres dourados, viveu para os outros, descerrando os tesouros do coração.
É por isso que Allan Kardec, desejando indicar-nos o guia real da ascensão humana, formulou a pergunta 625, em O Livro dos Espíritos», indagando qual o Espírito mais perfeito que Deus concedeu ao mundo para servir de modelo aos homens, e os mensageiros divinos responderam, na síntese inolvidável: — «Jesus» —, como a dizer-nos que só Jesus é bastante grande e bastante puro para ser integralmente seguido na Terra, como sendo o nosso Mestre e Senhor.
Emmanuel/Francisco Cândido Xavier - Livro “Religião dos Espíritos”, Capítulo 37
IV) HUMANIDADE REAL
“... Eis o Homem!” – Pilatos. (JOÃO, capítulo 19, versículo 5.)
Apresentando o Cristo à multidão, Pilatos não designava um triunfador terrestre.
Nem banquete, nem púrpura.
Nem aplauso, nem flores.
Jesus achava-se diante da morte.
Terminava uma semana de terríveis flagelações.
Traído, não se rebelara.
Preso, exercera a paciência.
Humilhado, não se entregou a revides.
Esquecido, não se confiou à revolta.
Escarnecido, desculpara.
Açoitado, olvidou a ofensa.
Injustiçado, não se defendeu.
Sentenciado ao martírio, soube perdoar.
Crucificado, voltaria à convivência dos mesmos discípulos e beneficiários que o haviam abandonado, para soerguer-lhes a esperança.
Mas, exibindo-o, diante do povo, Pilatos não afirma: — Eis o condenado, eis a vítima!
Diz simplesmente: — “Eis o Homem!”
Aparentemente vencido, o Mestre surgia em plena grandeza espiritual, revelando o mais alto padrão de dignidade humana.
Rememorando, pois, semelhante passagem, recordemos que somente nas linhas morais do Cristo é que atingiremos a Humanidade Real.
Emmanuel/Francisco Candido Xavier - (Livro: Fonte Viva, 127, FEB)
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