domingo, 21 de agosto de 2011

Experiência Religiosa

"Imaginemos se o Cristo, a pretexto de angariar contribuições para as boas obras, houvesse disputado a nomeação de Mateus para exercer as atribuições de chefe do erário; ou se, para garantir o prestígio do evangelho, passasse a frequentar os corredores do Pretório, com o intuito de atrair as atenções de Pilatos..."

Deploramos as calamidades de que o materialismo se faz a nascente e insistimos pelo retorno à fé religiosa, para que a responsabilidade seja colocada no lugar que lhe é próprio.
Apontamos a excelência da virtude, traçamos roteiro à vida heróica, articulamos cruzadas de rearmamento moral e encarecemos a redenção de costumes.
É forçoso reconhecer, no entanto, a inevitabilidade da ação para definir a função.
Contraditório aconselhar uma estrada e seguir noutra.
Toda escola é centro indutivo.
Formam-se engenheiros nas disciplinas em que outros engenheiros se tornaram instrutores.
Fazem-se mecânicos, no trabalho em que outros mecânicos se fizeram exímios.
O invento pede uso, a teoria espera demonstração.
Assim também na experiência religiosa.
Imaginemos se o Cristo, a pretexto de angariar contribuições para as boas obras, houvesse disputado a nomeação de Mateus para exercer as atribuições de chefe do erário, no palácio de Ântipas; se, para garantir o prestígio do evangelho, passasse a freqüentar os corredores do Pretório, com o intuito de atrair as atenções de Pilatos; se, para favorecer a causa da Boa Nova, resolvesse adular os familiares de Anãs, oferecendo-lhes passes magnéticos para curar-lhes as enxaquecas; ou se, para preservar-se na grande crise, tivesse provocado um entendimento com essa ou aquela autoridade do Cinéreo, acomodando-se ao mercado das influências políticas, junto do povo...
Ao invés disso, vemo-lo, a cada passo, coerente consigo mesmo.
Amparando os homens sem os escravizar às ilusões.
Prestando serviço aos homens, em nome de Deus, sem conluiar-se com os homens em desserviço a Deus.
Esclarecendo sem impor.
Ajudando sem exigir.
Promovendo o bem de todos, sem cogitar do bem de si mesmo.
Indubitavelmente, todos nós lamentamos a incredulidade que lavra na terra, ressecando corações e ensombrando inteligências.
Urge, porém, compreender que, para abolir a tirania da negação que entenebrece o espírito humano, será necessário viver de acordo com a fé que ensinamos, a fim de que o mundo encontre em nós, primeiramente, o trabalho e a compreensão, a fraternidade e a concórdia que aspiramos a encontrar dentro dele.
(Do livro "Justiça Divina", Emmanuel, Francisco C. Xavier)NOTA: O link abaixo contém a relação de livros publicados por Chico Xavier e suas respectivas editoras:http://www.institutoandreluiz.org/chicoxavier_rel_livros.html

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