– É verdade que você frequentou o Centro onde Divaldo trabalhava? Raul Teixeira: Não, eu não frequentei, mas cada vez que eu ia a Salvador ele colocava-me nas reuniões e dava-me muito apoio e, vendo-me muito jovem e inexperiente, certamente ele se apiedava da minha ingenuidade e deu-me muito respaldo. Devo-lhe essa segurança mediúnica que tenho hoje, graças a Deus. Então foi assim que eu comecei na tarefa espírita. Conheci Divaldo Franco 3 anos depois de me ter tornado espírita e 4 anos depois conheci Chico Xavier e dessa maneira fui desenvolvendo o meu início espírita em muito boas bases, porque fui observando Divaldo Franco, fui observando Chico Xavier. D. Yvonne Pereira tornou-se uma grande amiga minha, eu frequentava a sua casa e falávamos pelo telefone e as minhas dúvidas em relação à minha vida, como espírita, eu conversava com essas criaturas e tive a oportunidade de ter um entrosamento com Deolindo Amorim, no Rio de Janeiro, que se me tornou um grande amigo, um excelente conselheiro, ele e a sua esposa. Eu tive uma formação da qual não me posso queixar. Se eu cometer algum deslize, se cometer algum desatino no trabalho espírita, isso se deve à minha irresponsabilidade, não à falta da orientação, da formação que eu tive. Graças a Deus tenho procurado manter-me nessas bases, procurando o Espiritismo segundo a codificação espírita num tempo de muitos modismos, num tempo em que muita gente quer colocar os seus pontos e as suas vírgulas na codificação, numa época em que muita gente já quer «consertar» a codificação espírita, que ainda nem é conhecida. Neste mundo de muitos novidadeiros, felizmente tenho-me procurado manter na pauta da fidelidade ao conhecimento espírita, ampliando, desenvolvendo, discutindo, hoje com os meus companheiros da Sociedade Espírita Fraternidade, a respeito da verdade que a doutrina espírita traz e da capacidade que ela tem de nos fazer entender a nós próprios, o nosso momento histórico, o nosso estado psicológico, psicoespiritual, de tal modo que nós saibamos viver neste mundo, sem que nos deixemos arrojar por este mundo, no chão das frustrações. Sabemos das dificuldades de viver num planeta como o nosso, o momento que estamos vivendo de muita necessidade e muito cuidado, de muita vigilância e isso tudo vai-nos levar a procurar ser pessoas inseridas no seu tempo com os pés fincados no chão da realidade, mas com os olhos voltados para as estrelas. Entrevista concedida ao Jornal de Espiritismo, da ADEP, Portugal, quando do 6º Congresso Espírita Mundial realizado em Valência, em outubro de 2010. |
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