Numa
época em que as carências afetivas parecem estar em alta, um anúncio
anônimo em um mural chama a atenção dos que passam. Todos, sem exceção,
param e leem:
Procura-se
um homem. Um homem que não tema a ternura. Que se atreva a ser frágil
quando necessite se deter para recuperar as forças para a luta diária.
Um
homem que saiba proteger o ser a quem devotar o seu amor. Um homem que
queira e saiba reconhecer os valores espirituais e que sobre eles saiba
construir todo um mundo.
Um
homem que, em cada amanhecer, saiba ofertar amor com toda a delicadeza
para que uma flor entregue com um beijo tenha mais valor que uma joia.
Procura-se
um homem com o qual se possa falar, que jamais corte a ponte de
comunicação. Um homem a quem se possa dizer o que se pensa, sem temor de
que se ofenda e que seja capaz de dizer a sua esposa, namorada ou mãe
que a ama.
Procura-se
um homem que tenha braços abertos para que sua amada neles possa se
refugiar quando se sentir insegura. Que conheça sua fortaleza, mas que
nunca se aproveite disso.
Um
homem que tenha os olhos abertos para a beleza. Que domine o entusiasmo
e que ame intensamente a vida. Um homem para quem cada dia seja um
presente de valor incalculável que deve ser vivido plenamente, aceitando
a dor e a alegria com igual serenidade.
Um
homem que saiba ser sempre mais forte que os obstáculos. Que jamais se
apavore ante a derrota e para quem os contratempos sejam mais estímulos
que adversidade, mas que esteja tão seguro de seu poder que não sinta
necessidade de demonstrá-lo a cada minuto em empreendimentos absurdos
somente para prová-lo.
Um homem que não seja egoísta. Que não peça o que não ganhou, mas que sempre faça esforços para ter o melhor.
Um homem que saiba receber carinho, tanto quanto demonstrá-lo.
Um
homem que respeite a si mesmo, porque assim saberá respeitar os demais.
Que não recorra jamais à ofensa, que sempre rebaixa quem a faz.
Um
homem que não tenha medo de amar, nem que se envaideça porque é amado.
Que goze o minuto como se fosse o último. Que não viva esperando o
amanhã porque talvez ele nunca chegue.
Finalmente, quando este homem for encontrado, qualquer mulher o desejará amar com intensidade e com ele compartilhar a sua vida.
* * *
Todos temos fome. Fome de pão, fome de amor, fome de conhecimentos, de paz e de amizade.
A fome de pão que tanto aparece é a que mais comove e, contudo, existem outros tipos de fome.
A
fome de amor, dentre todas, é a mais difícil de ser saciada. Muitos
passam a vida inteira sem que ninguém lhes estenda uma migalha de
carinho.
Aprendamos
a reconhecer a fome de quem nos fala, de quem conosco convive,
entendendo que quanto maior a fome, mais escondida se encontra e a
busquemos saciar.
Recordemos os versos da oração franciscana: Senhor, que eu ame mais do que pretenda ser amado...
Comentários
Postar um comentário