domingo, 22 de janeiro de 2012

O Espiritismo

“O Espiritismo é a nova ciência que vem revelar aos homens, por
provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual, e suas
relações com o mundo corporal, ele no-lo mostra, não mais como uma
coisa sobrenatural, mas, ao contrário, como uma das forças vivas e
incessantemente ativas da Natureza...”






Uma visão sobre a Vida Maior renasce no século 19 na França: verdadeiro
ato heróico fez o notável professor Allan Kardec, ao trazer toda uma idéia sobre
espiritualidade para o Velho Mundo, até então adormecido pelas doutrinas
materialistas e lucrativas vigentes na época.
O Estado e as classes sociais dominadoras transformavam os interesses
de alguns em necessidades de todos. Para assegurar privilégios e poder,
usavam dos instrumentos possíveis, desde as religiões, meios de comunicação
e até a escola, como difusão de crenças e valores que lhes garantissem a
ordem social e seus ideais como verdades de todos.
A religião como instituição sagrada se convertia em instrumento e, ao
mesmo tempo, vítima do processo.
Os sacerdotes eram os donos das almas há séculos, e os destinos das
criaturas estavam circunscritos às decisões eclesiásticas, que detinham o cetro
“divino” da absolvição ou da condenação.
Acreditava-se que as consciências não tinham estrutura de fato para fazer
avaliações sobre o certo e o errado; por isso eram manipuladas por crenças
autoritárias e arbitrárias, ditadas por homens intransigentes e fanáticos.
A missão imposta às escolas e às universidades era a de contribuir para a
difusão e consolidação de ideologias criadas por esses grupos detentores da
decisão, formando consciências sub-missas e servis, tementes a Deus, ao Rei
e ao Estado e impondo-se com argumentos incompatíveis com a ordem divina,
para atender a necessidades camufladas pelos herdeiros privilegiados e
arrogantes de uma sociedade absolutista.
O eminente educador Rivail, homem de uma religiosidade missionária,
traz à França, em meio ao positivismo de Augusto Comte, a idéia imortalista do
Espiritismo.
Apesar de a crença na reencarnação ter sido banida do movimento
religioso pelos concílios ecumênicos da Antigüidade, Kardec a apresenta ao
mundo sob a supervisão dos Espíritos Superiores, estabelecendo assim novos
rumos à sociedade, presa a conceitos de superioridade de nascimento e
graças especiais entre os escolhidos.
Os preconceitos de classe social, cor e sexo caem por terra, já que pela
roda das encarnações sucessivas poderemos habitar os mais diferentes corpos
e pertencer às mais diversas castas da sociedade; a família patriarcal e
possessivajá não tem razão de ser e a servidão da mulher toma conotação de
crença despótica e machista.
Faz-se então uma verdadeira revolução nos costumes medievais que
ainda vigoravam na época, a qual encontra consideração por parte de alguns,
pela lógica e discernimento da vida como um todo, e oposição sistemática por

parte de outros, pelo grau de imaturidade psicológica deles e por mexer em
valores íntimos de convencionalismo e superstição arraigados em suas
consciências através dos tempos.
O Espiritismo fez renascer nas almas a compreensão da verdadeira
natureza do homem e a percepção de que seu destino é fruto de suas
escolhas.
Imortalidade da alma e vidas sucessivas são algumas das bases sólidas
que abalaram os alicerces de toda uma coletividade estruturada numa visão
distorcida da verdade universal. A nova ideologia estabelece por crença
indispensável a fraternidade, como concepção de vida real a ser incorporada
pelos indivíduos e grupos à medida que suas necessidades espirituais forem
tomando aspectos de ascensão e conhecimento.
A Doutrina Espírita é um método extraordinário de educação. A
sobrevivência após a morte, a preexistência e a evolução das almas ainda são
quase que totalmente desconhecidas pelos povos com ares de hegemonia.
Porém, ao tempo certo, delas tomarão consciência, conforme afirma o apóstolo
Paulo, quando escreve às igrejas da Galácia: “... porque a seu tempo tudo
ceifaremos...” (1)

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