quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

NASA descobre planeta composto de água

O planeta está situado a 40 anos-luz da Terra

Por Guilherme Abati

Um novo tipo de planeta, composto em sua maior parte de água e com uma leve atmosfera de vapor, foi descoberto pelo telescópio espacial Hubble, esta semana. A informação foi divulgada pelo NASA.

Denominado GJ1214b, o curioso planeta foi descoberto em 2009, mas só agora foi divulgado. O Hubble conseguiu provar, através de suas observações, que o GJ1214b tem boa parte de sua massa composta de água. O planeta está situado a 40 anos-luz da Terra. Além disso, tem 2,7 vezes o comprimento da Terra e sete vezes seu peso.

O planeta é diferente de qualquer um já visto. Contrastando com qualquer planeta do nosso sistema solar, que possuir três tipos de planetas: rochosos e terrestres (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte); gigantes gasosos (Júpiter e Saturno); e os gigantes de gelo (Urano e Netuno).


Cientistas ligados à Agência Espacial Norte-Americana (NASA) apresentaram novas estimativas do número de planetas existentes na Via Láctea, nada menos que 50 bilhões. Destes, 500 milhões podem ter temperaturas compatíveis com a vida. Os dados foram apresentados neste sábado (19) durante a reunião da Sociedade Americana para o Avanço da Ciência [American Association for the Advancement of Science, AAAS] em Washington (EUA) e saíram dos primeiros resultados da missão Kepler, que enviou um telescópio ao espaço para descobrir a existência de orbes fora do Sistema Solar.

Para chegar a esse número, William Borucki, cientista-chefe da missão e sua equipe levaram em conta a quantidade de candidatos a planetas já encontrados pelo Kepler (cerca de 1200, 54 deles dentro da zona habitável) e estimaram que uma a cada duas estrelas têm pelo menos um, e em uma a cada 200, este pode ser compatível com vida. Os números então foram extrapolados para a quantidade de estrelas estimados na galáxia, 100 bilhões. "Mas o Kepler só consegue ver planetas que orbitem perto da estrela", explicou. "Se ele estivesse observando o Sol, a chance dele captar a Terra, por exemplo, seria pequena".

A missão Kepler descobre os planetas ao registrar a diferença de brilho de sua estrela quando os mesmos passam entre a Terra e ela. "Os resultados até agora são muito animadores", disse Sara Seager, professora de astronomia do Massachusetts Institute of Technology (MIT). "Muitos dos planetas que descobrimos desafiam as leis da física como as conhecemos hoje. Já encontramos mais de 100 planetas com o tamanho de Júpiter, por exemplo. Não achávamos que poderiam haver tantos planetas tão grandes", explanou. "Kepler está nos mostrando que tudo é possível."

A sonda Kepler, lançada em março de 2009, é o observatório mais sofisticado do mundo dedicado a estudar planetas alienígenas. Segundo uma atualização dos cientistas sobre as conclusões da espaçonave este mês, nossa galáxia pode ser o lar de 50 bilhões de planetas.

Embora a Kepler não tenha encontrado “muitos” planetas (1.235 candidatos a planetas), o registro cósmico é o melhor palpite dos pesquisadores, estimado a partir de dados preliminares.

O objetivo principal de Kepler não é apenas descobrir planetas individuais, mas construir um retrato de quão comum são esses planetas. Segundo os cientistas, a nave descobriu, de fato, que aproximadamente a cada duas estrelas há um planeta ou candidato a planeta. O número de candidatos por estrela é de cerca de 44%.

Essa aparente abundância de planetas estava longe de ser uma conclusão precipitada quando a missão iniciou. O primeiro planeta extra-solar foi descoberto no início de 1990, e o ritmo das descobertas voltou a aumentar desde então. Mas os astrônomos estão apenas começando a ter uma visão ampla do número destes planetas agora.

A sonda analisa uma grande área de estrelas próximas para procurar sinais de planetas. Embora seja possível identificar candidatos a planetas, a confirmação só vem através de observações de acompanhamento.

E os dados obtidos até agora são encorajadores: dos 1.235 possíveis planetas que Kepler apontou, 54 parecem estar em uma “zona habitável”, ou seja, à distância certa de suas estrelas, onde as temperaturas seriam ideais para a água líquida.

Na Via Láctea como um todo, os pesquisadores prevêem que pelo menos 500 milhões dos 50 bilhões de planetas possíveis residem na zona habitável. Kepler também identificou 68 candidatos a planetas do tamanho da Terra.

Os cientistas acreditam que planetas rochosos como a Terra são as melhores apostas para abrigar vida extraterrestre. Isso e os números abundantes certamente dão esperança para a existência de vida fora da Terra.

No entanto, para encontrar um planeta como verdadeiramente a Terra – ou seja, um planeta do tamanho da Terra na zona habitável em torno de sua estrela – a Kepler terá de procurar por muito mais tempo.

A sonda detecta um possível planeta através da observação do leve obscurecimento da luz de sua estrela quando o planeta passa, ou transita, na frente dela. Para planetas com órbitas de cerca de um ano, como a da Terra, o trânsito poderia ocorrer apenas uma vez por ano, assim Kepler teria de observar essa estrela por pelo menos alguns anos para notar o efeito.

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