Uma avó, dizem, é uma mãe com açúcar. Um avô é um pai com doce de leite.
Quase
sempre os filhos se perguntam por que é que os seus pais, na qualidade
de avós, deixam seus netos fazerem coisas que não permitiram a eles,
filhos.
Por
que é que a avó deixa o netinho pular no seu cangote, dormir na cama
entre ela e o avô, se não permitiu isso aos seus próprios filhos?
Por que é que os netos, enfim, gostam, tanto da casa dos avós?
Um garoto de seus nove para dez anos, escreveu certa vez, mais ou menos assim: Uma
avó é uma mulher velhinha que não tem filhos. Ela gosta dos filhos dos
outros. Um avô é um homem-avó. Ele leva os meninos para passear e
conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos.
As avós não fazem nada e por isso podem ficar mais tempo com a gente.
Como
elas são velhinhas, não conseguem rolar pelo chão ou correr. Mas não
faz mal. Elas nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrinas até
cansar.
Elas
contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos,
histórias da Bíblia, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras
lindas.
Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir o perfume.
Avós nunca dizem "Depressa", "Já pra cama", "Se não fizer logo, vai ficar de castigo."
Normalmente,
as avós são gordinhas, mas, mesmo assim elas nos ajudam a amarrar os
sapatos. Quase todas usam óculos e eu já vi uma tirando os dentes e as
gengivas.
Quando
a gente faz uma pergunta, a avó não diz: "Menino, não vê que estou
ocupada!" Ela para, pensa e responde de um jeito que a gente entende. As
avós sabem um bocado de coisas.
As
avós não falam com a gente como se nós fôssemos umas criancinhas
idiotas, nem apertam nosso queixo dizendo "Que gracinha!", como fazem
algumas visitas.
Quando elas leem para nós, não pulam pedaços das histórias, nem se importam de ler a mesma história várias vezes.
O colo das avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste.
Todo mundo devia tentar ter uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós.
Bom, esta pode ser simplesmente a visão de um menino, mas convenhamos que contém muitas verdades.
Os
netos gostam dos avós porque eles são doces. Como a educação deles está
sob a responsabilidade dos pais, eles não têm que se preocupar com este
detalhe.
Por isso, não se perguntam se está certo ou errado fazer um carinho ou um chamego a mais. Eles simplesmente fazem.
Também
porque, ao longo dos anos, amadureceram os sentimentos, amam de uma
forma mais serena, com doçura. Por isso fazem aos netos muitas coisas
que não fizeram aos seus filhos.
Mesmo
porque, quando se tornaram pais, eram jovens, inexperientes, estavam
preocupados em sustentar a família, em educar bem os filhos, em tantas
coisas que não lhes sobrava tempo para o que hoje fazem com seus
netinhos.
Por tudo isso não tenha ciúmes dos avós. Permita que os seus filhos convivam com os velhinhos, que os amem e sejam amados.
Naturalmente,
ninguém pretende nem imagina que os avós serão descuidados ao ponto de
estragar com mimos exagerados os filhos dos seus filhos.
Contudo,
carinho, doçura e atenção de vovô e vovó é algo que todos devemos
experimentar. É uma experiência que os seus filhos levarão para as suas
vidas e lhes fará bem, nos momentos da adversidade e de solidão.
* * *
Filhos
são Espíritos que aportam ao reduto doméstico a fim de que, na
qualidade de pais, sejamos-lhes os condutores para o progresso.
Nessa
caminhada, não desprezemos as experiências de nossos próprios pais que
nos conduziram a vida, até os dias presentes, ensejando-nos ser homens e
mulheres dignos.
Bebamos
da sua sabedoria e os tornemos nossos aliados, nesse extraordinário e
maravilhoso processo que se chama educação. Processo que mais primoroso
será quanto mais amor houver para ser dividido e multiplicado.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O que é uma avó, de autor desconhecido, do livro Histórias para aquecer o coração
das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer
Read Hawthorne e Marci Schimoff, ed. Sextante.
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