Naqueles
dias, as manchetes alardearam a morte de personalidade internacional
famosa. Por quase uma semana, elas ocuparam as páginas dos principais
jornais, estiveram nas rádios e nas emissoras de TV.
O mundo inteiro tomou conhecimento dos detalhes do funeral, amplamente coberto pela imprensa.
Uma
das curiosidades registradas foi mencionada por um dos familiares do
falecido, que informou que, a pedido dele, fora colocado nos bolsos do
paletó que vestia ao ser enterrado, algumas moedas, um maço de cigarros
de sua marca favorita, um isqueiro e uma garrafa de especial bebida
alcoólica, de seu hábito.
Tais notícias nos levaram a pensar sobre o que realmente podemos levar conosco ao morrermos.
A citada personalidade não é a primeira a manifestar desejos de levar objetos para o túmulo, nem foram os objetos almejados os mais estranhos.
O
que causa estranheza é nos encontrarmos tão avançados em tecnologia e
ciência, e tão ignorantes ainda da nossa condição de Espíritos.
Servimo-nos dos bens da Terra e nos vinculamos a eles de tal maneira, que os desejamos portar conosco para toda a eternidade.
Objetos
de estimação. Imprescindíveis. Tais são as expressões como são
referendadas as últimas vontades de jamais se separar deles. Nem na
morte.
Contudo,
a morte nos remete para outra realidade. O mundo espiritual, onde tais
apetrechos materiais de nada servirão ao Espírito, senão para o manter
aprisionado à carne, ao mundo que acabou de abandonar. Impedem-lhe,
pois, a verdadeira libertação.
Quando
se trata de objetos que traduzem os nossos vícios, cria-se um vínculo
ainda maior, no sentido de que se parte para o mundo espiritual com a
certeza de prosseguir nos mesmos desatinos da Terra.
O dito popular expressa que só se leva da vida a vida que se leva.
E
tem razão. As únicas coisas que nos haverão de servir na
Espiritualidade, finda a vida corpórea, serão as ações praticadas e as
conquistas espirituais.
Somente
elas partem conosco e se constituirão em nossas alegrias ou em nossas
desditas, no mundo para o qual nos deslocamos ao morrer.
* * *
Na Grécia Antiga era costume se enterrarem os mortos com suas joias e vestimentas.
Os
exageros eram tão grandes que um legislador estabeleceu que se
reduzisse ao máximo de três o número de vestimentas a seguirem com o
cadáver.
Na
Roma Antiga era hábito se alimentar, periodicamente, os que haviam
partido com leite, carne e frutas. Acreditavam então que o morto
necessitaria de tudo aquilo na nova vida que iria viver.
Convenhamos
que, após o advento de Jesus e Sua lição de Imortalidade, cabe-nos
abraçar a verdade, abandonar a ignorância e viver como Espíritos
imortais que somos, preparando-nos de forma digna para o retorno à
pátria espiritual, quando soar a nossa hora.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.
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