quarta-feira, 21 de março de 2012

Vontade

Comparemos a mente humana – espelho vivo da consciência
lúcida – a um grande escritório, subdividido em diversas seções
de serviço.
Aí possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os
propósitos e as aspirações, acalentando o estimulo ao trabalho; o
Departamento da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução
e da cultura; o Departamento da Imaginação, amealhando as
riquezas do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória,
arquivando as súmulas da experiência, e outros, ainda, que definem
os investimentos da alma.
Acima de todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
A Vontade é a gerência esclarecida e vigilante, governando
todos os setores da ação mental.
A Divina Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão,
depois da laboriosa e multimilenária viagem do ser pelas
províncias obscuras do instinto.
Para considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o
leme de todos os tipos de força incorporados ao nosso conhecimento.
A eletricidade é energia dinâmica.
O magnetismo é energia estática.
O pensamento é força eletromagnética.
Pensamento, eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas
as manifestações da Vida Universal, criando gravitação e
afinidade, assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da
Francisco Cândido Xavier - Pensamento e Vida - pelo Espírito Emmanuel 8
forma que servem à romagem do espírito para as Metas Supremas,
traçadas pelo Plano Divino.
A Vontade, contudo, é o impacto determinante.
Nela dispomos do botão poderoso que decide o movimento
ou a inércia da máquina.
O cérebro é o dínamo que produz a energia mental, segundo a
capacidade de reflexão que lhe é própria; no entanto, na Vontade
temos o controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo
causas que comandam os problemas do destino.
Sem ela, o Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos
de reparação e sofrimento, a Inteligência pode aprisionar-se na
enxovia da criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos
monstros na sombra, e a memória, não obstante fiel à sua função
de registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala,
pode cair em deplorável relaxamento.
Só a Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia
do espírito.
Em verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental,
quando se trate da conexão entre os semelhantes, porque a sintonia
constitui lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina
sobre os elementos que administra, de modo a mantê-los coesos
na corrente do bem.

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