sexta-feira, 13 de abril de 2012

SENTIDO HISTÓRICO DA BÍBLIA E A SUA NATUREZA PROFÉTICA

Qual a posição do Espiritismo diante do problema bíblico? Os
recentes debates na televisão entre espíritas, pastores protestantes e
sacerdotes católicos, deram motivo a algumas incompreensões, de que se
aproveitaram adversários pouco escrupulosos da Doutrina Espírita, para lhe
desfecharem novos e injustos ataques. Vamos procurar esclarecer, por
estas colunas, a posição espírita, como já havíamos prometido.
Kardec define essa posição, desde O Livro dos Espíritos, como a
de estudo e esclarecimento do texto, à luz da História e na perspectiva da
evolução espiritual da Humanidade. No cap. III deste livro, final do item 59,
depois de analisar as contradições entre a Bíblia e as Ciências, no tocante à
criação do mundo, ele declara: "Devemos concluir que a Bíblia é um erro?
Não; mas que os homens se enganaram na sua interpretação".
Essas palavras de Kardec, sustentadas através de toda a
Codificação, esclarecem a posição espírita. Devemos reconhecer na Bíblia
a sua natureza profética (ou seja: mediúnica), encerrando a l Revelação, no
ciclo histórico das revelações cristãs. Esse ciclo começa com Moisés (l
Revelação), definese
com Jesus (II Revelação) e encerrase
com o
Espiritismo (III Revelação). Os leitores encontrarão explicações detalhadas
a respeito em O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que
é um manual de moral evangélica. O conceito espírita de Revelação, porém,
não é o mesmo das religiões em geral. Revelar é ensinar, e isso tanto pode
ser feito pelos Espíritos (revelação divina) quanto pelos homens (revelação
humana), mas não por Deus "em pessoa", porque Deus age através de
suas leis e dos Espíritos. A revelação bíblica, portanto, não pode ser
chamada de "palavra de Deus". Ela é, apenas, a palavra dos EspíritosReveladores,
e essa palavra é sempre adequada ao tempo em que foi
proferida. Isto é confirmado pela própria Bíblia, como veremos no decorrer
deste estudo
.
 VISÃO ESPÍRITA DA BÍBLIA
 A expressão "a palavra de Deus" é de origem judaica. Foi
naturalmente herdada pelo Cristianismo, que a empregou para o mesmo fim
dos judeus: dar autoridade à Igreja. A Bíblia, considerada "a palavra de
Deus", revestese
de um poder mágico: a sua simples leitura, ou
simplesmente a audiência dessa leitura, pode espantar o Demônio de uma
pessoa e convertêla
a Deus. Claro que o Espiritismo não aceita nem prega
essa velha crendice, mas não a condena. A cada um, segundo suas
convicções, desde que haja boa intenção.

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