Nessa
sentença de Jesus estão sintetizadas todas as leis que regem as questões
ético-morais.
Mas de
que maneira essa justiça se estabelece?
Que
mecanismo coordena essa distribuição, com justiça?
Primeiro
é importante lembrar que a justiça dos homens está calcada na legislação humana,
com base em códigos legais criados pelos próprios homens.
Quando há
um litígio qualquer, um grupo de pessoas especializadas nesses códigos analisa o
processo, julga e define as penalidades aplicáveis ao réu.
A duração
das penas também é estabelecida pelo juiz.
Então
podemos concluir que a justiça dos homens se alicerça no arbítrio, segundo a
visão dos magistrados.
Mas com a
justiça divina é diferente.
As
conseqüências dos atos se dão de forma direta e natural, sem intermediários.
Em caso
de uma falta qualquer, a penalidade se estabelece de maneira natural, e cessa
também naturalmente, com o arrependimento efetivo e a reparação da falta.
Importante destacar que na justiça divina não há dois pesos e duas medidas. As
leis são imutáveis e imparciais, e não podem ser burladas.
Um
exemplo talvez torne mais fácil o entendimento.
Se alguém
resolve beber uma dose considerável de veneno, as conseqüências logo surgirão no
organismo, de maneira direta e natural.
Não é
preciso que alguém julgue o ato e decida o que vai acontecer com o organismo do
indivíduo. Simplesmente o resultado aparece.
Castigo?
Não. Conseqüência natural derivada do seu ato, da sua livre escolha.
Os
efeitos produzidos no corpo físico não fazem distinção entre o pobre ou o rico,
o religioso ou o ateu, a criança ou o adulto.
As leis
divinas não contemplam exceções, nem concessões. São justas e equânimes.
E essas
conseqüências duram tanto quanto a causa que as produziu.
Uma vez
passado o efeito do veneno, resta consertar o estrago e seguir em frente. Por isso a necessidade da reparação.
Nesse
caso devemos considerar que a lei da reencarnação se torna uma necessidade, para
que cada um receba conforme suas obras, segundo a justiça divina.
Se a
pessoa bebe veneno e morre, as conseqüências do seu ato a seguirão no mundo
espiritual, pois ela sai do corpo mas não sai da vida.
Por
vezes, é necessário renascer num novo corpo marcado pelos estragos que o veneno
produziu.
Castigo?
Certamente não. Conseqüência direta e natural.
No campo
moral a justiça divina se dá da mesma maneira, distribuindo a cada um segundo
suas obras, sem intermediários.
Mas como
conhecer essas leis?
Ouvindo a
própria consciência, que é onde se encontra esse código divino.
Não é
outro o motivo que leva a pessoa corrupta, injusta, violenta, hipócrita, a
tentar anestesiar a consciência usando drogas, embriagando-se para aplacar o
clamor que vem da sua intimidade.
Uma vez
mais podemos considerar que Jesus realmente é o maior de todos os sábios.
Numa
sentença sintética ele ensinou tudo o que precisamos saber para conquistar a
nossa felicidade.
Sim,
porque se as conseqüências dos nossos atos são diretas e naturais, podemos
promover, desde agora, conseqüências felizes para logo mais.
E se hoje
sofremos as conseqüências de atos infelizes já praticados, basta colher os
resultados, sem se queixar da sorte, e agir com uma conduta ético-moral
condizente com o resultado que desejamos obter logo mais.
Pense
nisso!
Nas leis
divinas não existem penas eternas. As conseqüências infelizes duram tanto quanto
a causa que as produziu.
Assim,
como depende de cada um o seu aperfeiçoamento, todos podem, em virtude do
livre-arbítrio, prolongar ou abreviar seus sofrimentos, como o doente sofre,
pelos seus excessos, enquanto não lhes põe termo.
Dessa
forma, se você deseja um futuro mais feliz, busque ajustar seus atos a sua
consciência, que é sempre um guia infalível onde estão escritas as leis de Deus.
E, se em
algum momento surgir a dúvida de como agir corretamente: faça aos outros o que
gostaria que os outros lhe fizessem, e não haverá equívoco.
TC
27/11/2006
Equipe de
Redação do Momento Espírita, com base em A Gênese, de Allan Kardec, item 32,
cap. I.
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