A existência terrestre é uma viagem educativa.
Começa na meninice, avança pelos caminhos claros da plenitude física, e altera-se na noite da enfermidade ou da velhice, para renovar-se, além da morte.
Reparemos, pois, como seguimos.
Não nos agarremos aos bens materiais, senão no estritamente necessário para que nos façamos valioso irmão no concurso aos companheiros de jornada e útil a nós mesmos.
Há muitos viajores que sucumbem na caminhada sob pesados madeiros de ouro a que se atam, desorientados.
Não
reclamemos devotamento do próximo, e, sim, amemos e auxiliemos a todos
os que se aproximem de nós, para que nosso amor não desça do Alto aos
tenebrosos despenhadeiros do exclusivismo.
Não prossigamos viagem guardando ressentimento, para que não aconteça de nos prendermos impensadamente aos labirintos do ódio.
Muitos
viajantes, a pretexto de fazerem justiça, tombam, insensatos, em
escuras armadilhas da crueldade e da intriga, com incalculáveis
prejuízos no tempo.
Recordemos
que iniciamos a excursão terrestre sem qualquer patrimônio e
encontramos carinhosos braços de mãe que nos embalaram, amparando-nos,
em nome do Eterno.
Lembremo-nos de que nada possuímos, à frente do Pai Celestial, senão nossa própria alma e, por isso mesmo, só em nossa alma amealharemos o tesouro que a ferrugem não consome e que as traças não roem.
Prazer
e dor, simplicidade e complexidade, escassez e abastança, beleza da
forma ou tortura do corpo físico, são simplesmente lições.
O caminho do mundo, que atravessamos cada dia, é apenas escola.
Nossos afetos mais doces são companheiros com tarefas diferentes das nossas.
Sigamos sem imposição, sem preguiça, sem queixa nem exigência.
O corpo é nosso veículo santo.
Não lhe desrespeitemos a harmonia.
A experiência é nossa instrutora.
Não lhe menosprezemos o ensinamento.
* * *
Estamos todos em viagem.
Sabemos quando chegamos, mas não conhecemos a data de nossa partida.
Todo tempo aqui deve ser muito bem aproveitado.
Toda companhia, agradável ao coração ou não, merece nosso respeito e atenção, pois não está ali por acaso.
Como
viajor que sabe aproveitar as belezas do novo país que conhece,
saibamos aprender com a vida, estudá-la em suas mais sutis lições de
amor.
Não percamos tempo com implicâncias injustificadas, ódios gratuitos e prazeres efêmeros. A existência é muito maior do que isso.
* * *
Mensagens
singelas como esta, num programa de rádio diário, são alertas aos
nossos corações. São recados da Espiritualidade Superior que se importa
com nossas vidas, e nos deseja ver retornar ao mundo essencial,
vitoriosos.
Pensemos nisso.
Pensemos em nossa encarnação todos os dias.
Encontremo-nos todos os dias.
Encontremos o Criador todas as manhãs e noites, e viveremos mais felizes.
Colecionemos momentos de alegria durante a viagem, construídos pelo amor que cresce em nossa alma aprendiz.
do livro Caridade, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. Ide.
Comentários
Postar um comentário