domingo, 10 de junho de 2012

Hoje ainda

Não esperarás pela fortuna, a fim de servir à beneficência.
Muitas vezes, na pesquisa laboriosa do ouro, gastarás o pró-prio corpo em cansaço infrutífero.
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Cede, hoje ainda, a pequena moeda de que dispões em favor dos necessitados.
O vintém que se transforma no pão do faminto vale mais que o milhão indefinidamente sepultado no cofre.
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Não requestarás a glória acadêmica para colaborar na instru-ção.
Muitas vezes, na porfia da conquista de lauréis para a inteli-gência, desajustarás, debalde, a própria cabeça.
Ampara, hoje ainda, o irmão que anseia pelo alfabeto.
Leve explicação que induza alguém a libertar-se da ignorân-cia vale mais que o diploma nobre, guardado inútil.
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Não exigirás ascensão ao poder humano a fim de proteger as vidas alheiras.
Muitas vezes, na longa procura de autoridade, consumirás, em vão, o ensejo de auxiliar.
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Acende, hoje ainda, para essa ou aquela criança extraviada, a luz do caminho certo.

Pequeno gesto edificante, que incentiva um menino a buscar o melhor, vale mais que a posição brilhante sem proveito para ninguém.
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Não solicitarás feriado para socorrer os aflitos.
Muitas vezes, reclamando tempo excessivo para cultivar a fraternidade, perderás, improficuamente, o tesouro dos dias.
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Estende, hoje ainda, alguma palavra confortadora aos compa-nheiros que a provação envolve em lágrimas.
Uma hora de esclarecimento e esperança no consolo aos que choram vale mais que um século de existência, amarrado à preguiça.
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Não percas ocasião para o teu heroísmo, nem aguardes santi-dade compulsória para demonstrações de virtudes.
Comecemos a cultura das boas obras, hoje ainda, onde esti-vermos, porque toda migalha do bem com quem for e onde for, é crédito acumulado ou começo de progresso na justiça divina.

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