Causa da morte

Qual a causa da morte nos seres orgânicos?
- A exaustão dos órgãos.
(“O livro dos espíritos”, Questão nº68).


Não apenas os seres orgânicos morrem; a matéria bruta igualmente
se decompõe – O átomo não mais é indivisível como se pensava
outrora; as suas partículas conhecidas se dessociam e, em breve,
chegar-se á à conclusão de que a matéria é energia formatada.
Tudo, para cumprir o seu curso no Universo, o estágio que lhe
acrescentará algo mais em experiência na construção da memória,
recebe, digamos, determinado sopro de vida; assim é que tudo
parte com tempo preestabelecido para voltar... Os cristais, as flores,
os animais e os homens devem cumprir um ciclo, ao fim do qual
recomeçarão, de etapa em etapa, galgando posições.
O princípio vital que anima a matéria, ao fim de certo período
mais ou menos longo, consoante o carma de cada um, extingue-se
assim como se extingue a chama de uma vela. E verdade que em
certas circunstâncias, suprimentos de força poderão se acrescentar,
possibilitando o fenômeno da sobrevida, ou da moratória, àqueles
que já não mais se submetem aleatoriamente ás leis da matéria;
sim, porquanto, à medida em que o espírito progride, logra a
condição de interferir nos mecanismos sutis da vida. O espiritual,
sempre, prevalecerá sobre o material.
Sendo a Terra um mundo de provas expiações, é natural que a
matéria, em que se lhe estruturam as condições existenciais, esteja,
mais do que nos mundos superiores, sujeitos a bruscos fenômenos de
transição; espíritos sem méritos e sem conquistas estarão, pois, no
palco da vida humana, sempre submetidos aos caprichos que nos
escapam à percepção. Referimo-nos ás forças que se conjugam
naturalmente, submetendo a matéria a inevitáveis e por vezes
antecipados resgates.
À medida em que o espírito ascende na escala evolutiva, a sua
mente se transforma num dínamo gerador de energias – Diminuto
sol vitalizando células do seu mundo orgânico, imunizando-se
naturalmente contra a agressão dos micro-organismos patológicos
que, não raro, interrompem a trajetória do espírito na
reencarnação.
Diríamos, pois, que, em essência, o espírito superior não adoece
dos achaques materiais de que possa ser acometido. São fenômenos
de periferia, sacrifícios que lhe são impostos naturalmente por viver
num planeta em que somente agora começa a emergir das
sombras...
Com o progresso ético das criaturas, a longevidade estará cada
vez mais próxima do homem, porquanto a ciência, em lhe refletindo
a grandeza Divina, caminhará com segurança no campo das
prevenções, saneando, inclusive, a atmosfera psíquica do planeta
que dá azo á proliferação dos agentes nocivos á saúde humana.
Com a conquista da longevidade no corpo, o espírito, em seu
período de amadurecimento intelectual e ético, terá oportunidade,
sobre a Terra mesmo, de refazer conceitos e mudar-se em níveis
mais profundos, tornando ao mundo espiritual em situações não tão
comprometedoras; ou seja, o espírito aos poucos, deixará de viver na
reencarnação um círculo vicioso que, infelizmente pouco lhe tem
acrescentado ao patrimônio íntimo...
Deus, sozinho, é perfeição Acabada, mas a obra Divina é a
perfeição em vias de consumar-se, que não dispensa o concurso cocriador
da mãos do homem.

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