É
natural que nas nossas escolhas, nas nossas andanças, encontremos essa
ou aquela filosofia de vida que mais nos pareça adequada.
É
compreensível que a escolha religiosa de cada um de nós tenha um
caráter próprio e pessoal, que mais concorde com nossa visão de mundo e
de Deus.
Assim
também escolhemos o partido político, o time de futebol, o esporte
preferido para praticar, o hobby para os momentos de lazer, que nos
pareça o melhor, e que tenha mais significado para nós.
Como
temos histórias de vida diferentes, percepções de mundo, valores,
capacidades intelectuais e emocionais muito pessoais e individualizadas,
cada um de nós faz suas escolhas externas em coerência com aquilo que
já conquistou intimamente.
Dessa
forma, mesmo que não concordemos com a opção de vida de outrem, mesmo
que tal ou qual situação jamais possa ser nossa escolha, para alguém
isso pode ser o melhor.
Portanto,
compreender que não serão todos que aceitarão a nossa religião como a
melhor, que verão nossa profissão como a mais acertada escolha ou que
conseguirão entender nossas opções, tudo isso faz parte da vida.
Todas as vezes que tentarmos forçar alguém a pensar como nós, entraremos em campo perigoso.
Quando
somos intolerantes com as opções distintas das nossas, quando não vemos
com naturalidade outros caminhos trilhados por tantos, estamos
demonstrando nossa inflexibilidade com a diversidade do pensar e do agir
alheios.
O próximo passo, seguido à intolerância, será certamente o do fanatismo.
Quando
não conseguimos aceitar as opções alheias, não conseguimos ver outros
caminhos para trilhar, tendemos a impor nossas escolhas como a única
verdade e a única opção lícita e saudável.
Seremos
aqueles que tentaremos impor nossa religião, nossa filosofia de vida,
nosso esporte ou nosso hobby aos que nos cercam, para que eles se
convençam da nossa certeza, esquecendo-nos de que ela é nossa e de mais
ninguém.
Disso concluímos que não nos cabe impor a ninguém nossa crença, seja religiosa, seja de vida, ou de qualquer matiz.
* * *
Se
convidados a opinar sobre o que seja, que possamos expor nosso ponto de
vista com naturalidade e tranquilidade, mas sem pretensão ou
arrogância, como se o nosso caminho fosse o único que conduz para a
felicidade, para o bem-estar.
Quando
temos necessidade de impor o que pensamos, mostramos não só a
fragilidade e incertezas que carregamos, como a necessidade constante de
autoafirmar nossas crenças.
Numa sociedade tão diversificada como a nossa, pratiquemos a tolerância e a compreensão para com o próximo.
Mesmo
as opções errôneas que o outro, porventura, tenha feito, serão lições
preciosas para seu aprendizado, que talvez não ocorressem se não fosse
de tal maneira.
Permitamos
a cada um a liberdade do pensar e do agir, fazendo, de nossa parte, as
opções que nos levem à felicidade, à paz e à consciência tranquila.
Em 25.08.2012
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